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Escudo infantil e ventriloquia: a estratégia pérfida de “debate” da esquerda
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Se o leitor até ontem nunca tinha ouvido falar em Greta Thunberg, é provável que hoje já saiba de quem se trata. A menina sueca, de apenas 16 anos, ganhou fama mundial como símbolo da causa ambientalista, discursando de forma um tanto emotiva – e assustadora, eu diria – no evento sobre clima na ONU.

Mereceu até uma ironia do presidente americano Donald Trump, a qual rebateu com certa dose de inteligência. Trump disse ver nela uma menina feliz com um futuro brilhante pela frente, e ela incorporou a frase em seu perfil nas redes sociais com uma foto de uma floresta no fundo. O presidente alfinetava o fato de ela se vitimizar, ao mesmo tempo em que vive num dos países com melhor IDH do planeta.

E, de fato, o vitimismo da garota chega a ser constrangedor, típico de quem foi criada em berço de ouro e abraçou com fanatismo a causa ambiental como uma espécie de religião secular, um luxo que só quem vive no conforto da civilização pode se dar. “Roubaram meu futuro, meus sonhos”, disse a menina, com voz trêmula e olhos vidrados. “Como se atrevem?!”, berrou, para finalizar o ato.

Quem vê até pensa que ela é uma favelada carioca, ou uma menina africana tendo de sobreviver em algum país metido em guerra tribal. Mas não! É a “pobre” garotinha que está aterrorizada com o iminente derretimento do planeta. É o que dá acreditar em Al Gore e companhia. Ela não tem tanta culpa assim, mas os adultos que inculcaram essas crenças apocalípticas em sua cabecinha sim.

E aqui chegamos ao xis da questão: a esquerda tem cada vez mais apelado para o uso exploratório de crianças para suas causas, pois faltam argumentos, então é preciso partir para as emoções. Fizeram o mesmo com a questão do desarmamento, uma verdadeira tara dos “progressistas”. Bancaram marchas de jovens, comandados de cima para baixo, para cobrar mudanças nas leis.

O uso de crianças para causas políticas não é novidade na esquerda. Mao Tse-Tung lançou sua “revolução cultural” com crianças como soldados, denunciando seus próprios parentes, seus pais “traidores”, anti-revolucionários. Nada mais desumano, mas o comunismo é desumano do começo ao fim.

Na questão climática, a mesma tática: o uso de crianças e adolescentes em marchas pelo planeta. Como se eles entendessem realmente o que se passa! Como se fossem cientistas! Como se tivessem estudado a fundo o assunto! Qualquer pessoa minimamente razoável percebe que esses jovens não passam de massa de manobra. E se você critica as baboseiras que repetem, como ventrilocos, então você está “atacando crianças”.

Ventriloquia ou ventriloquismo é a arte de projectar a voz, sem que se abra a boca ou mova-se os lábios, de maneira que o som pareça vir doutra fonte diferente do falante. E é exatamente o que faz a esquerda, usando esses jovens como seus bonequinhos. Ora, se as “crianças” querem ser levadas a sério, a ponto de discursarem na ONU cobrando das autoridades medidas, com dedo em riste, então claro que precisam aguentar o calor do debate em seguida.

Mas não é isso que quer a esquerda. Ela está na arte de denunciar e criticar, não de apresentar soluções concretas. Não pretende de fato debater as mudanças climáticas, mas sim gritar contra o sistema e apresentar o Green New Deal como projeto, que não solucionaria nada, mas destruiria a economia toda. Não quer debater a Segunda Emenda constitucional, as causas reais dos atentados, mas sim confiscar as armas dos cidadãos de bem.

Como a esquerda só quer apontar dedos, sem debater a sério soluções para os problemas reais, o uso de crianças é a estratégia perfeita, ainda que pérfida. Crianças são boas nisso mesmo: criticar, apontar dedo, reclamar. O que não sabem fazer é resolver os problemas complexos, pois são, afinal, crianças, imaturas, inexperientes. A esquerda tem a idade mental de uma adolescente, e o perfil de uma bem mimada!

“Quando alguém se comportou como um animal, ele diz: ‘Ora, eu sou só um ser humano!’ Mas quando é tratado como animal, ele diz: ‘Ora, eu também sou um ser humano!'”, ironizou Karl Kraus. E é mais ou menos isso que vemos aqui: as crianças querem se comportar como adultos, indo às Nações Unidas fazer discursos, mas quando a resposta vem, lembram que são “apenas crianças”. Assim não vale!

Ou Greta Thunberg é alguém que deve ser levada a sério no debate climático por seus supostos argumentos e conhecimento, ou então deve ser descartada de vez, ignorada. E se é o primeiro caso, então deve suportar a pressão, o calor do debate, as reações, como todos os demais que participam desse tipo de debate. Não dá para se esconder depois atrás da idade, blindar-se de críticas com base na sua juventude.

Qualquer outro que repetisse as besteiras que ela diz seria esculachado como um “retardado” no assunto, ou seja, alguém que nada entende do que está falando, que precisa apelar para as emoções – de forma um tanto caricata, diga-se – pois não tem embasamento real. Al Gore é um canastrão desse tipo, e sempre foi acusado disso por gente séria. Greta é sua versão mais jovem. Vejam com seus próprios olhos:

É duro chama-la de estúpida quando o assunto é ciência climática? Pode ser. Mas é diretamente proporcional à sua arrogância de se meter no “debate” dessa forma autoritária. O que ela realmente entende do assunto? A esquerda fala muito que a direita é obscurantista e se vira contra a ciência, mas depende de uma pirralha de 16 anos como ícone de sua agenda “científica”? É sério?! A menina nem terminou o High School, mas vai dar lições aos vários cientistas “negacionistas” que existem por aí, e são ignorados pela mídia?

Quem não aguenta o calor deve se manter fora da cozinha. Greta entrou com tudo na cozinha, achando-se a chef renomada. Então precisa aguentar o calor. A esquerda não pode tentar criar uma camada protetora em torno dela, só porque é novinha. Ou tal característica vale para os dois lados, e o fato de ela ser tão nova deve contar contra a atenção que dedicamos ao seu discurso, ou não vale para nada e deve ser retirada do contexto, e então ela será julgada pelo que diz, não pela idade que tem. Nesse caso, a foto não fica bem para ela. O que ela diz é absolutamente ridículo!

Rodrigo Constantino

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