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A esquerda quer punhos cerrados, não continência
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Por Thiago Kistenmacher, para o Instituto Liberal

Era tudo o que a esquerda e a patrulha ideológica não queriam: atletas prestando continência! A esquerda gostaria que fosse como em 1968, quando, na Olimpíada daquele ano, Tommie Smith e John Carlos ergueram os punhos cerrados fazendo alusão ao movimento Black Power. Gostariam que os vencedores dissessem “Fora Temer” ou que manchassem suas carreiras com gritos histéricos de protestos por qualquer coisa, mas não é isso que vem acontecendo.

Se os atletas levantassem seus punhos cerrados por qualquer causa que seja, a esquerda já teria tomado para si o gesto, teria dito ser esta uma atitude digna de esportistas que tanto lutaram para chegar aonde chegaram, mas, de novo, não é isso que vem acontecendo.

Mas e quando alguns deles, com muita honra, prestam continência? Por que tal gesto gera “polêmica”? Por que é preciso explicar tanto quando o gesto não representa a esquerda? Qual seria a explicação caso o gesto fosse não de continência, mas de um punho cerrado? Resistência? Se sim, a quê? Enfim, para o azar da patrulha ideológica que em tudo vê fascismo ou apologia à tortura, eis mais um fenômeno áspero: os atletas, muitos deles vindos de famílias pobres, prestam continência em vez de levantarem os punhos cerrados.

Novamente a esquerda se encontra sozinha gritando para os seus pares que, indignada com os gestos “fascistas” dos atletas, se coloca como detentora das virtudes, ainda que não seja nem mesmo reconhecida pelo povo que ela tanto diz defender, mas que tanto despreza.

Em síntese, a disciplina é parte expressiva de cada um dos esportistas, estejam eles no pódio ou não, portanto, ou eles irão prestar continência em homenagem às Forças Armadas quando apoiados por elas, ou irão simplesmente receber a medalha sem gesto algum.

O que provavelmente os atletas não irão fazer, disciplinados como são, é levantar os punhos cerrados para prestar homenagem a indisciplinados. Quer dizer, atletas que lutam diariamente com coisas concretas não têm tempo para lutar por coisas abstratas, muito menos organizar arruaças em prol de fantasias ideológicas. Se este fosse o caso, se algum atleta levantasse o punho cerrado prestando homenagem a causas revolucionárias, a atitude não seria polêmica, mas caricata e contraditória, já que ela, a esquerda, como observamos nos últimos dias – ou décadas –, só está de olho no resultado final, não no esforço cotidiano de cada um dos indivíduos.

Por fim, meus parabéns a todos os atletas brasileiros que lutam contra as dificuldades da vida real.

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