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Estudo revela que quase 30% dos endividados entram no cheque especial: um retrato do Brasil
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Uma pesquisa realizada em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com internautas que vivem fora do padrão de vida e encerram o mês com as contas no vermelho ou no ‘zero a zero’, revela que 28% dos entrevistados admitem usar o cheque especial e o cartão de crédito como extensão da própria renda. De acordo com a pesquisa, 62% dos entrevistados não conseguiram poupar e 38% deixaram de pagar alguma conta nos últimos seis meses.

Os especialistas do SPC Brasil alertam que o cheque especial é um instrumento de crédito bastante prático, mas que deve ser usado apenas em casos emergenciais e de curto prazo, como cobrir o pagamento de uma despesa imprevista e inadiável. “Ao incorporar ao orçamento pessoal um dinheiro que, na verdade, não possui, o consumidor está se submetendo a um risco considerável de endividamento crônico. Com juros médios de 250% ao ano, é um erro grave do correntista recorrer ao limite do cheque especial como uma renda disponível para ser usada de forma indiscriminada”, alerta o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.

O estudo revela um diagnóstico preocupante ao mostrar que a falta de organização com os gastos é atitude frequente entre os entrevistados que vivem além do seu padrão de vida. Quatro em cada dez entrevistados (44%) não realizam um controle sistemático das despesas, seja porque ele é feito apenas ‘de cabeça’, ou seja, a partir de um método não confiável, ou porque simplesmente não anotam os gastos que assumem.

De acordo com o levantamento, 18% dos entrevistados admitem desconhecer  ou saber pouco sobre o valor de suas contas básicas do mês seguintes e 28% mal sabem o valor de seus rendimentos mensais. Outro dado que inspira preocupação é que 24% dos internautas ouvidos afirmaram não saber exatamente quais produtos foram comprados recentemente no cartão de crédito e que deverão ser pagos no próximo mês.

Esse descontrole nas finanças pessoais, o uso recorrente de uma linha de crédito que mais parece extorsão consentida, a bola de neve que muitas famílias criam ao rolar dívidas cujas taxas de juros dobram o montante devido em pouco tempo, tudo isso é o retrato de um país que fracassou. São muitas causas, culturais e institucionais, que explicam o fenômeno.

Mas uma coisa é certa: um povo hedonista, perdulário e sem noção alguma de finanças será facilmente presa de um governo igualmente irresponsável. Quando nem mesmo em casa essas pessoas conseguem adotar um mínimo de controle dos gastos, como esperar que votem em candidatos responsáveis?

Como tenho dito, ainda que isso possa ser impopular, o PT é tanto causa como efeito dos problemas do Brasil. Fez muito para destruir nossa economia. Mas não fez isso sozinho. Contou com a cumplicidade de muitos eleitores que simplesmente caíram no canto da sereia, aderiram ao populismo e não se importaram com as irresponsabilidades do governo.

O Brasil precisa urgentemente de lições básicas de finanças. As escolas deveriam trocar as baboseiras marxistas de Paulo Freire por boas aulas de matemática e finanças. Um povo sem noção do que seja juro composto será composto por vítimas fáceis dos populistas de plantão, que esquecem em casa suas calculadores e vivem de promessas irreais por meio dos gastos públicos. Assim fica complicado…

Rodrigo Constantino

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