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Fachin, um liberal? Sai pra lá, comuna!
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O advogado Luis Edson Fachin percebeu que sua chapa esquentou, principalmente depois que Reinaldo Azevedo passou a divulgar sua visão radical de mundo. Correndo o risco de ser vetado na sabatina do Senado, Fachin tenta apagar suas raízes, seu passado, e bancar o… liberal. Isso mesmo! A maior prova de que os ventos estão mudando é que se dizer liberal, agora, significa estar na vanguarda, enquanto os socialistas têm vergonha de se assumirem como tais.

Em reportagem de Claudia Safatle no Valor, Fachin disse ser um liberal. Tentou justificar sua defesa do MST num malabarismo digno de um mágico de festa infantil, denotando a fragilidade do truque. Ele era apenas contra a “criminalização” do “movimento social”, mas sempre em defesa da propriedade pública ou privada. Ora bolas! Mas o MST se configura pela constante invasão da propriedade, ou seja, por atos sempre criminosos! Diz a reportagem:

Fachin Valor

Tocqueville deve estar se revirando no túmulo ao ser citado por um defensor do MST! Alegar que não defendeu jamais uma ruptura do setor produtivo enquanto advoga para os criminosos do MST é uma piada de mau gosto, que já mostra a falta de credibilidade do advogado. Colocar no Supremo alguém que defende o MST já é terrível; colocar alguém que faz isso e nega fazê-lo, que acha tudo isso normal e compatível com a nossa Constituição, isso já é inadmissível!

Sobre a questão da poligamia, Fachin disse não tê-la defendido, apesar de ter assinado um prefácio de um aluno que fez exatamente isso. Sua desculpa é que queria apenas levantar o debate. Sim, levantou o debate, tomando partido. Suas palavras são claras, seu viés escancarado: as amantes devem ter os mesmos direitos das esposas, ou seja, o casamento monogâmico tradicional não tem valor. Sabendo que a população brasileira é conservadora nesse aspecto, o advogado agora finge não ser o radical “progressista” que é.

Liberal algum defenderia um movimento como o MST, que desrespeita o pilar mais básico do liberalismo, que é a propriedade privada. Um liberal clássico jamais desprezaria a tradição do casamento, um contrato entre um homem e uma mulher para a criação da família, uma das instituições mais importantes, inclusive na luta contra o autoritarismo estatal que mata a liberdade individual. Fachin tenta posar de liberal, mas de liberal não tem nada. É um radical de esquerda mesmo, um eleitor empolgado de Dilma Rousseff.

A revista Veja desta semana tratou do assunto em seu editorial. Como diz a Carta ao Leitor desta edição, “Fachin é muito diferente de todos os atuais e antigos ministros do STF (…) gravou um vídeo em que enaltecia Dilma (…) defendeu a tese de que a poligamia não deveria ser questão de Justiça (…) advogou a abolição do direito constitucional à propriedade privada”. A Carta ao Leitor também apela aos senadores para que, na sabatina desta terça-feira, questionem Fachin sobre como ele imagina poder conciliar convicções de um esquerdismo radical e anacrônico com a necessidade de dispensar justiça, interpretar e até transformar a Constituição de um país moderno e democrático como o Brasil.

“Todo o radicalismo de Fachin na juventude se manteve intacto em seu repertório in­te­lec­tual e jurídico até os dias de hoje, quando ele acumula 57 primaveras”, diz a revista. Um radical esquerdista, isso é Fachin. Jamais um liberal, muito menos tocquevilliano, que tinha cores conservadoras. Que os senadores façam seu trabalho direito, pois a indicação da presidente para o STF é só o primeiro passo, e não deve ser vista como uma imposição. A sabatina existe para isso: filtrar os candidatos, testá-los, inquirir sobre seus pontos de vista. E o STF, que já possui uns petistas disfarçados de ministros, não pode se dar ao luxo de ter um comuna também.

Rodrigo Constantini

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