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Falabella é esquerda caviar, mas isso não o impediu de ser alvo da patrulha
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Falabella e suas “negas”. Fonte: UOL

O politicamente correto é uma verdadeira praga que tem tornado o mundo um lugar chato e opressor. A patrulha das “minorias” cada vez asfixia mais as liberdades. A narrativa de vitimização é constante, e haverá o dia em que será proibido fazer humor. Ou por outra: só valerá o “humor” politicamente correto, que ataca a “maioria” social, ou seja, as elites brancas, como gostaria um Francisco Bosco da vida.

Miguel Falabella entende de minorias. E gosta de enaltecer a vida nas “comunidades”, como já constatei aqui. Nada disso o impediu de ser alvo dos ataques da patrulha racial, uma das mais organizadas e autoritárias. Seu programa “Sexo e as negas”, uma espécie de “Sex and the City” nas favelas, foi acusado de racismo por lidar com estereótipos:

Já são sete o número de denúncias de racismo recebidas pela ouvidoria da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Seppir) por conta da série “Sexo e as Negas”, de Miguel Falabella, que estreia no dia 16 de setembro na Globo. Nesta quarta-feira (10), o órgão federal autuou a Rede Globo e solicitou mais informações sobre o conteúdo da trama. No documento, a Seppir sinaliza que também encaminhou as acusações ao Ministério Público no Rio de Janeiro para uma avaliação do caso.

“A Ouvidoria da Igualdade Racial vê com estranheza e preocupação qualquer tipo de manifestação que reproduza estereótipos racistas, machistas, que se alicerce na sexualidade das mulheres negras, ou venha a reforçar ideias de inferioridade dessas mulheres, seja nas artes, no cinema ou nas telenovelas e seriados”, afirmou o titular do órgão, Carlos Alberto de Souza e Silva Júnior, ao UOL.

Carlos Alberto fez questão de ressaltar que os veículos de comunicação têm papel importante numa sociedade democrática e devem atuar no sentido de garantir os direitos das pessoas independente de sua cor, raça, crença religião ou orientação sexual. “As produções televisivas deveriam refletir a diversidade da população brasileira em todos os seus segmentos, contribuindo para a consolidação de uma sociedade justa, plural e igualitária”. 

O autor da série, Miguel Falabella rebateu as críticas sobre preconceito e se mostrou indignado. “Como é que se tem a pachorra de falar de preconceito, quando pré-julgam e formam imediatamente um conceito rancoroso sobre algo que sequer viram? ‘Sexo e as Negas’ não tem nada de preconceito. Fala da luta de quatro mulheres que sonham, que buscam um amor ideal. Elas podiam ser médicas e morar em Ipanema, mas não é esse meu universo na essência, como autor”, escreveu ele em sua página pessoal do Facebook.

Cá entre nós: só o fato de existir algo chamado “Ouvidoria da Igualdade Racial” é digno de calafrios. Essa turma autoritária quer controlar tudo, cada programa de televisão, pois todos devem ter uma mensagem “bonitinha” de acordo com os preceitos (ou preconceitos?) dessas lideranças raciais. Ai daquele que criar um personagem negro que seja o vilão na história! Afinal, não existem negros criminosos…

Tudo isso está ficando extremamente preocupante e já passou dos limites faz tempo. A histeria desse pessoal é irritante. Em nome do politicamente correto, precisamos tratar como arte profunda verdadeiros lixos como certas músicas de funk, com letras chulas e ofensivas, só porque vêm das “comunidades” e seria preconceito chamar porcaria de porcaria. Regina Casé deve estar muito feliz com tudo isso, já que seu programa “Esquenta” é o primeiro a adotar tal visão de mundo.

O caso recente do goleiro Aranha mostrou como a situação já saiu do controle. Muitas pessoas concordando que era aceitável apedrejar a casa da torcedora do Grêmio, que xingou o jogador de “macaco”. Ou seja: não bastam mais as leis contra o racismo. É preciso mais! É preciso fazer “justiça” com as próprias mãos, e mostrar como somos tolerantes com as diferenças, arrastando em praça pública a suposta racista!

Até Pelé entrou em campo para tentar colocar panos quentes, minimizando o racismo nos estádios e lembrando que o bicho pega nos gramados mesmo. Disse o Rei do Futebol:

Para Pelé, a reação de Aranha aos xingamentos foi equivocada porque, segundo ele, não é possível parar um jogo cada vez que um torcedor faz uma ofensa racista. “Se fosse assim, os times brasileiros não poderiam jogar na América Latina nunca, porque a gente teria de parar todos os jogos. Se uma pessoa chamar alguém de japonês, ou de alemão, é a mesma coisa”, afirmou. O episódio envolvendo Aranha provocou a eliminação do Grêmio da Copa do Brasil. “Eu não quero criticar o Aranha, porque ele é uma excelente pessoa, um amigão meu. É calmo, é puro, mas foi pego de surpresa. Ele se precipitou um pouco em querer brigar com a torcida. Se eu fosse parar o jogo cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo, teria que parar todos os jogos. Se ele tivesse feito a mesma coisa que o Daniel Alves fez, teria sido melhor. Ninguém falou mais nada”, disse, relembrando o episódio em que o lateral do Barcelona comeu uma banana arremessada em sua direção.

Já usei esse vídeo aqui, mas nunca é demais em tempos modernos. Trata-se de um trecho de uma entrevista com o ator Morgan Freeman, em que ele fala sobre o racismo. Vejam:

httpv://youtu.be/Cp4WVtdUrH8

Cada membro dos movimentos de minorias deveria ver isso com muita atenção. Estamos parindo um mundo insuportável, sem liberdade de expressão, tolhido pela patrulha politicamente correta de quem só enxerga grupos, jamais indivíduos, de quem adere a uma visão tacanha de “oprimidos” e “opressores” com base em características coletivistas como “raça” ou sexo.

É uma desgraça total. A literatura clássica, as artes em geral, tudo seria abandonado em nome na “revolução das vítimas”. Chega!

Rodrigo Constantino

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