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Gays que votam em Le Pen?! Sim, algo perfeitamente compreensível…
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João Pereira Coutinho dedica a segunda parte de sua coluna de hoje ao “estranho” fenômeno de gays que pretendem votar em Marine Le Pen na França. Como assim?! Mas ela não é da extrema-direita ultraconservadora reacionária preconceituosa? É o que nos diz a imprensa em uníssono. Mas eis a realidade: seu partido tem sido dos poucos a condenar abertamente e com coragem a imigração desenfreada na Europa, sob a batuta do “multiculturalismo”, que tem transformado a configuração populacional na região.

E isso, em linguagem direta, significa uma islamização cada vez maior da Europa. Algo que só é bonitinho para quem trabalha na Califórnia e pensa que todos os muçulmanos são como seus colegas da Google ou do Facebook, gente legal e esclarecida que por acaso reza para um Deus diferente, veste trajes um pouco menos descolados e não bebe vinho. Ah, a “religião da paz”! Mas e aquele monte de muçulmano que quer impor a sharia em plena Paris, nos bairros que se transformaram em guetos islâmicos?

Aí a porca torce o rabo. Coutinho explica, portanto, a lógica racional da comunidade LGBT que tem migrado para a “extrema-direita” em números cada vez maiores:

O jornalista Daniel Avelar explica que a Frente Nacional é o partido preferido da comunidade LGBT na França. Motivos? Sim, houve esforços para “desdemonizar” a legenda –e Florian Philippot, homossexual e vice-presidente de estratégia e comunicação do partido, tem sido exímio nessa tarefa.

Mas é preciso acrescentar um detalhe: a comunidade LGBT apoia Marine Le Pen porque teme, mais do que qualquer outro grupo, a potencial “islamização” de um país onde 7,5% da população (no mínimo) é muçulmana. Um medo justificado?

Prefiro responder à pergunta com outra pergunta: que tipo de tratamento os gays, lésbicas ou bissexuais recebem em países de maioria muçulmana?

Agora respondo: a tolerância pode ir da prisão (Omã, Egito, Síria etc.) até a pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Iêmen etc.). O mapa do Oriente Médio é o terror de qualquer homossexual.

Pois é: o Islã real, ao contrário daquele idealizado pela elite da bolha, não costuma ser muito divertido para os gays. Aliás, o caso de homossexuais com cartazes contra a “islamofobia” é um daqueles exemplos bizarros de Síndrome de Estocolmo, ou de cordeirinhos defendendo os “direitos” dos lobos.

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Essa minoria organizada não fala em nome da maioria dos gays, que morrem de medo da islamização. Como diz o ditado popular, quem tem “aquilo”, tem medo. E nesse caso, “aquilo” é mais precioso ainda para essa turma, por motivos óbvios.

Uma das lições humanistas mais importantes é a capacidade de projeção, de se colocar no lugar dos outros. Mas a elite “progressista” tem perdido essa capacidade, pois se fechou numa bolha romântica sem contato com o povo real, de carne e osso. E por isso encara o “multiculturalismo” e o “imigrante” como abstrações lindas, não como a senha para uma revolução de costumes bem no seu quintal, de gente estranha que se recusa a assimilar a sua cultura, preferindo impor uma mais atrasada e intolerante, antiliberal. Coutinho conclui:

Nós, que não temos a “pele no jogo”, podemos considerar esse medo um preconceito, uma aberração, um insulto, uma calamidade. É indiferente. A única forma de compreender o populismo, e se possível travá-lo, é descer da torre de marfim e provar o nosso refresco com a pimenta dos outros.

O Brexit, Trump, Le Pen e Bolsonaro no Brasil são fenômenos de certa forma parecidos, uma reação ao politicamente correto, ao “progressismo” que extrapolou nessa “marcha das minorias oprimidas” e abandonou a menor minoria de todas: o indivíduo. Gay de direita? Sim. Basta entender que a esquerda apenas quer usar essas “minorias” como mascotes, e que na prática suas medidas prejudicam a imensa maioria.

Se eu fosse um gay parisiense, provavelmente votaria em Le Pen, pois uma das minhas prioridades políticas seria justamente impedir ou reverter essa islamização em curso na Europa. Faz todo sentido, o que não quer dizer que Le Pen seja uma boa alternativa, e sim que a esquerda é responsável por sua ascensão e que deixa poucas opções para quem tem juízo e não quer ver a França se transformando no Irã.

Rodrigo Constantino

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