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Giannetti critica o "imbróglio fiscal" do governo Dilma. Ou: Belluzzo e Mantega, uma dupla e tanto!
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Giannetti da Fonseca

Como já disse algumas vezes aqui, tenho o maior respeito e admiração por Eduardo Giannetti da Fonseca. Li quase todos os seus livros (falta apenas um), todos muito bons. Aprecio sua bagagem cultural, inclusive fora da área econômica, o que lhe permite uma visão abrangente da coisa. Portanto, fico muito honrado quando a turma da Unicamp o compara a mim para tentar difamá-lo.

Um texto assinado por Luiz Gonzaga Belluzzo, entre outros, acusa a “intolerância de um liberal”, referindo-se a Giannetti e “rebatendo” uma acusação que fez de que “a Unicamp é um produto típico do regime militar”. Para os autores, os mesmos que vêm ajudando a destruir nossa economia há décadas – quando não o Palmeiras – Giannetti “esteve mais próximo de gente bem menos refinada, como o blogueiro Rodrigo Constantino”.

Fico agradecido pela parte que me toca, e só posso rir do uso do termo “blogueiro” com claro viés pejorativo, sendo eu formado em economia pela PUC do Rio de Janeiro, aquela do Plano Real, que o pessoal da Unicamp foi contra. Quando faltam argumentos e quando o histórico de acertos para mostrar é inexistente, resta atacar o mensageiro mesmo.

Mas toda essa longa introdução foi apenas para chegar à coluna de hoje de Giannetti, e dizer que me sinto confortável de ser colocado no mesmo saco dele por gente como o Belluzzo. Se a economia da Unicamp nos ataca, isso é bom sinal. E Giannetti, no texto, mostra com fatos e argumentos, aquilo que essa turma não aprecia, como o governo Dilma levou para o buraco nossas contas públicas. Diz o economista:

Impossível ler a recente declaração do ministro Guido Mantega ao “Valor” (22/8) –”as nossas contas públicas estão absolutamente organizadas”– e não lembrar do que os ingleses definem como a primeira lei do jornalismo: “não acredite em nada até que tenha sido oficialmente negado”.

Belluzzo, que não satisfeito em fazer besteira na economia, resolveu quebrar o Palmeiras

O que já era ruim está se tornando ainda pior. Além dos problemas de execução da política fiscal, com resultados cada vez mais distantes das metas definidas pelo próprio governo, há fortes indícios de que o repertório de truques e malabarismos contábeis vem se ampliando perigosamente nos últimos meses.

[…]

O aspecto mais preocupante, entretanto, são os indícios de que ao invés de abandonar o recurso à “contabilidade criativa”, como chegou a anunciar, o governo vem de fato se enredando ainda mais em práticas de disfarce e manipulação dos números.

[…]

O expediente foi revelado por fiscais do Banco Central e consiste na prática de servir-se da Caixa e do Banco do Brasil a fim de efetuar pagamentos a descoberto de obrigações do Tesouro junto a beneficiários de programas sociais e produtores rurais, entre outros. Nos balanços do primeiro semestre, o saldo negativo do “cheque especial” do governo era de R$ 3,9 bilhões na Caixa e R$ 9,8 bilhões no BB.

Além de violar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe esse tipo de operação, o expediente causa enorme prejuízo aos bancos estatais e nos aproxima mais alguns passos de perder a condição de “grau de investimento”.

Mantega. O que dizer? É o Mantega, aquele que nega que 2 + 2 = 4... Mantega. O que dizer? É o Mantega, aquele que nega que 2 + 2 = 4…

Como um alcoólatra que jura largar o vício, mas sucumbe a cada nova tentação que se oferece, o governo Dilma repete a sina da oração do jovem Santo Agostinho: “Dai-me, Senhor, a temperança e a virtude, mas não já”. 

Direto ao ponto. Contra fatos não há argumentos. E os fatos divulgados hoje pioram ainda mais a situação do governo:

As contas do setor público (União, Estados e municípios) registraram deficit de R$ 4,7 bilhões no mês passado, primeiro resultado negativo para meses de julho das estatísticas do Banco Central, informou a instituição nesta sexta-feira (29).

O número corresponde ao resultado primário, que é a diferente entre receitas e despesas não financeiras, ou seja, sem considerar o pagamento de juros da dívida.

Pela primeira vez nas estatísticas oficiais, que começam em dezembro de 2001, o setor público registrou três meses seguidos de resultados negativos, ou seja, com despesas acima do valor das receitas.

Eu, apenas um Eu, apenas um “blogueiro” espantado com tanta estupidez…

O que resta a Belluzzo, Mantega e companhia além de atacar o “blogueiro” da Veja? Esse pessoal criou esse caos econômico, e agora não sabe o que fazer. Mantega ainda vive em negação da realidade, criando bode expiatório de tudo que é jeito para se livrar da responsabilidade pela crise e pela recessão, que ele finge não existir.

Quando certo tipo de gente nos ataca, isso é a maior prova de que estamos no caminho certo.

PS: Se eu tivesse a certeza de que Marina Silva é Giannetti da Fonseca quando o assunto é economia, confesso que dormiria mais tranquilo diante das últimas pesquisas eleitorais. O problema é que ninguém pode ter tal certeza, nem mesmo o próprio…

Rodrigo Constantino

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