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"Israel é multiétnico e multicultural", diz embaixador de origem islâmica
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Em entrevista ao GLOBO, o novo embaixador de Israel no Brasil, Reda Mansour, que foi o primeiro diplomata não judeu no país, atesta: lá há várias etnias convivendo pacificamente em ambiente democrático. Nada novo para quem conhece minimamente os fatos, mas talvez um choque para quem apenas repete os chavões que escuta da esquerda radical e antissemita. Diz ele:

Conte algo que não sei.

Como o Brasil, Israel tem uma população multiétnica e multicultural. Quase 1,5 milhão de árabes são cidadãos. Há drusos, cristãos, africanos. Temos imigrantes de 70 países do mundo.

Quantos diplomatas não judeus há hoje em Israel?

Atualmente, 15. A ideia hoje é ter mais minorias. Há uma embaixadora de origem etíope. Israel tem 200 mil imigrantes vindos da Etiópia.

Como foi crescer numa comunidade árabe em Israel?

Foi complicado. Fora da fronteira, os drusos são inimigos de Israel. Se há homens-bomba, andar na rua tendo rosto e nome árabes é um perigo. A gente pode ser vítima de um terrorista palestino ou das forças de segurança.

Como vivem os drusos?

Vivem em Israel, Líbano e Síria. Em mil anos, sempre foram perseguidos. Em Israel, são120 mil. O grupo é bem ativo em política e no Exército. No Parlamento anterior, havia seis membros. No Exército, são a única minoria que tem serviço militar obrigatório de três anos, como os judeus. As demais minorias árabes podem servir voluntariamente.

Qual a sua missão, num momento de certa tensão das relações entre Brasil e Israel?

Fazer com que mais gente conheça a outra cara de Israel, onde temos de 60 mil a 70 mil pessoas de origem brasileira e, aqui, cerca de 200 mil judeus.

Despolitizar as relações?

De certa forma. Mas também esclarecer algumas coisas. Sinto que no Brasil as pessoas não sabem que a sociedade israelense não é contra o povo palestino. Já negociamos paz, buscamos formas de criar um Estado. O maior problema é que há grupos que defendem seus interesses usando o povo palestino, que é, sobretudo, vítima de grupos radicais e líderes extremistas de fora cuja política declarada é a destruição do Estado de Israel.

Como avalia a ascensão do Estado Islâmico?

Podem mudar o mapa do Oriente Médio. Para eles, não há fronteiras. Querem criar um califado com 22 países e recriar o império islâmico, retomar Espanha, Portugal e Sul da França e converter o mundo todo. É um fenômeno muito perigoso e cruel, genocida. São muito piores que a al-Qaeda.

Agora pergunto: será que há judeus em ascensão profissional, participando do governo ou vivendo pacificamente no lado palestino? Acho que isso diz muito sobre cada lado, não é mesmo? Até quando a esquerda vai alimentar esse ódio ao único país genuinamente democrático e avançado na região? Até quando vão tomar o partido dos que querem destruir esse país?

Rodrigo Constantino

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