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Jesus causa polêmica
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Por Thiago Kistenmacher, para o Instituto Liberal

Como se não bastassem as polêmicas em torno dos atletas que prestaram continência, agora o problema é a faixa que Neymar usou na testa. Mas creio que o problema seja com Jesus. Segundo a revista Veja, “O Comitê Olímpico Internacional estuda enviar uma carta de reclamação à Missão Brasileira nos Jogos do Rio 2016”.

Cabe perguntar: o COI enviaria alguma carta caso a faixa apresentasse a frase “100% Maomé”? Ademais, provavelmente também não enviaria carta de reclamação nenhuma caso a faixa apresentasse os dizeres “100% Ogun” ou “100% Pomba Gira”. Não que eu esteja comparando ou criticando qualquer religião, ao contrário. Cada uma delas tem sua história e sua beleza particular. A questão é que o cristianismo, que tem seus problemas, é um dos principais alvos da seita politicamente correta e do multiculturalismo forçado. Negar isso – perdoem o trocadilho – é má-fé.

Jesus causa mesmo polêmica. Já tinha causado polêmica quando, segundo as Escrituras, dois homens perguntaram às mulheres que se dirigiam ao seu sepulcro: Por que buscais entre os mortos ao que vive?” (Lucas 24:5). Jesus causou polêmica quando Paulo se converteu e passou de perseguidor dos cristãos a apóstolo. Também causou polêmica quando o imperador Constantino se convertera ao cristianismo. Jesus causou polêmica quando Agostinho de Hipona se converteu; quando as Cruzadas foram feitas em seu nome; quando Lutero escreveu suas 95 teses e as fixou na igreja de Wittenberg. Enfim, não é de hoje que o nome de Jesus Cristo causa polêmica.

A questão é o tipo de polêmica que ele tem causado ultimamente. Antes tínhamos polêmicas que acabavam com homens mortos nos campos de batalha, hoje temos polêmicas ridículas que acabam em brigas nos grupos de Whatsapp. Outrora tínhamos polêmicas que terminavam com homens vomitando sangue, hoje temos polêmicas que acabam com amizades no Facebook. Antigamente as autoridades exortavam os fiéis a defenderem-se dos ataques inimigos, hoje as autoridades exortam os fiéis a defenderem os ataques inimigos. O politicamente correto é a religião para a qual ser cristão é uma heresia.

Mas voltemos à faixa do Neymar. Ele é brasileiro, cristão e usou “100% Jesus” na testa num estádio brasileiro, portanto, o COI quer explicações. E se fosse um muçulmano saudita usando “100% Maomé” num estádio saudita? Tenho cá minhas dúvidas se o COI ousaria se queixar com os teocratas de lá.

É isso. O nome de Jesus Cristo já suscitou polêmicas mais sérias. Mas não podemos comparar Templários com militantes de Facebook, nem a Idade Média com a era dos mimados. Numa época em que o catecismo mais seguido pelo Ocidente é o do politicamente correto, os homens só serão valentes para contestar o uso de uma faixa “100% Jesus”, nunca para encarar o uso de uma metralhadora “100% Maomé”.

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