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Jornalistas do NYT e do Washington Post não queriam investigar encontro suspeito de Clinton e procuradora-geral de Obama
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Repórteres de dois jornais da mídia mainstream estavam relutantes em cobrir a controvertida e suspeita reunião que a então procuradora-geral Loretta Lynch teve com o ex-presidente Bill Clinton em uma pista do aeroporto no verão passado, poucos dias antes do FBI concluir sua investigação criminal sobre a esposa de Bill, Hillary Clinton.

O Centro Americano de Direito e Justiça publicou emails na sexta-feira que mostram como os repórteres que cobriam a história estavam menos do que entusiasmados ao fazê-lo quando chegaram ao Departamento de Justiça (DOJ) para obter respostas e comentários. A entidade sem fins lucrativos recebeu os emails através de um pedido com base na Lei de Liberdade de Informação (Freedom of Information Act).

Os emails detalham trocas que um repórter do New York Times e um repórter do Washington Post tiveram com funcionários do Departamento de Justiça sobre a infame reunião. Em um email de 30 de junho, Mark Landler, correspondente da Casa Branca para o NYT, escreveu a um funcionário do DOJ que seus editores o “pressionaram” para escrever sobre as questões levantadas na estranha reunião.

Enquanto isso, Matt Zapotosky, repórter de segurança nacional para o Post, escreveu aos funcionários do Departamento de Justiça em 30 de junho pedindo uma conversa telefônica “rápida” sobre a reunião entre Clinton e Lynch. “Meus editores ainda estão muito interessados ​​nisso e espero que consiga acalmá-los respondendo apenas mais algumas perguntas sobre como a reunião surgiu – quem se aproximou de quem, como eles perceberam que estavam no mesmo lugar”, Zapotosky escreveu.

Em um email adicional, Melania Newman, que na época era diretora de assuntos públicos no DOJ, observou que um produtor da ABC News com quem ela se correspondia não estava “interessado” na história. Lynch e o ex-presidente Clinton geraram extrema controvérsia no verão passado, depois que sua reunião secreta na pista do aeroporto de Phoenix foi vazada para a imprensa. A reunião foi controversa porque ocorreu quando o departamento de Lynch tinha em andamento uma investigação criminal sobre o servidor de emails de Hillary Clinton.

Lynch e Clinton mais tarde disseram que não discutiram a investigação do FBI e apenas falaram sobre golfe e família. A reunião durou cerca de 30 minutos e foi privada. O FBI chegou a dizer a todos ao redor do avião que não estavam autorizados a usar seus celulares enquanto os dois se encontravam. Lynch disse desde então que lamenta a reunião porque pode ter colocado a integridade do DOJ em questão. Pode?

“Eu me arrependo de ter me sentado e conversado com ele, porque isso preocupou as pessoas. E, como eu disse, a minha maior preocupação sempre foi garantir que as pessoas compreendessem que o Departamento de Justiça trabalha de forma independente e olha para todos igualmente”, disse a ex-procuradora do governo Obama à CNN.

Como fica claro, não só o governo Obama e os democratas em geral adotam práticas pouco republicanas, para dizer o mínimo, como a grande imprensa deixa seu viés ideológico falar mais alto. Não necessariamente por ordens superiores, mas pela livre iniciativa dos próprios “jornalistas”, que há muito abandonaram o velho ideal de busca imparcial dos fatos, deixando sua torcida partidária falar mais alto.

O bombástico encontro entre Lynch e Clinton na véspera da conclusão da investigação dos emails de Hillary era nitroglicerina pura na campanha eleitoral, munição farta para Trump. O receio disso fez com que jornalistas se transformassem em assessores de campanha da Hillary. O leitor saiu perdendo. Essa não é a postura de jornalistas, e sim de “Fake News”.

PS: A pouca ou nula atenção que a imprensa nacional dará ao caso escandaloso demonstra como o conceito de “Fake News” também se aplica à mídia mainstream brasileira, que, aliás, toma o NYT e o Post, ambos “progressistas”, como os ícones da imparcialidade nos Estados Unidos. Que piada!

Rodrigo Constantino

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