Por que não fico mais surpreso? Em seu editorial de hoje, o jornal O GLOBO resolveu falar uma vez mais do “drama habitacional” no país, por conta da queda do prédio em São Paulo “ocupado”. Como veio à tona informação reveladora sobre cobrança indevida de “aluguel” por parte dos “movimentos sociais”, a mídia “progressista” não pode mais fingir que isso não existe, até porque a polícia está investigando ligações com o PCC. Mas é impressionante como faz de tudo para poupar Guilherme Boulos, do MTST e PSOL. Mesmo quando “critica” o comunista, dá um jeito de poupa-lo:
Inevitável que a queda do edifício Wilton Paes de Almeida e seus 24 andares, em meio a chamas, no Centro velho de São Paulo, e que era ocupado por inquilinos arrebanhados pelo Movimento da Luta Social por Moradia (MLSM), uma dessas organizações que têm explorado, no sentido literal, as tensões habitacionais urbanas — até com objetivos pecuniários, como se vê — reforce a questão da falta de moradia para famílias de baixa renda nas cidades brasileiras. Problema antigo que é quase sempre explorado de forma populista e que, agora, há evidências de que também com objetivos criminosos.
Explica-se por que a existência de tantos “movimentos” de defesa de “sem-teto” nas maiores cidades do país. O mercado é atrativo. Há, ainda, a leniência de prefeituras e de governos de estado na fiscalização e no desenvolvimento de programas para utilização desses imóveis como habitações para famílias de baixa renda.
A lerdeza e incompetência de governantes, de todos os níveis, no aproveitamento deste patrimônio público abandonado, para ajudar a resolver o drama habitacional urbano, estimulam o surgimento dos tais “movimentos de sem-teto” com objetivos múltiplos, alguns capitulados no Código Penal. Há informações da polícia de que organizações criminosas usam, em São Paulo, pelo menos, essas “invasões” como base de distribuição de drogas.
A responsabilidade é toda jogada para os ombros dos governos, nunca dos próprios invasores criminosos. E reparem que o editorial usou invasões entre aspas, em vez de usar “ocupações” entre aspas, o termo que a imprensa costuma usar para descrever as invasões criminosas. Os “movimentos de sem-teto” não têm “alguns” objetivos capitulados no Código Penal, e sim todos, pois sua atividade nasce no crime, tem origem na criminalidade.
Mas lendo essas passagens fica-se com a impressão de que são movimentos com pautas razoáveis, que algumas vezes escorregam no crime por culpa das autoridades negligentes. Tadinhos! É a velha cantilena de bandido como “vítima da sociedade”, discurso repetido por dez em cada dez “progressistas”.
Logo ao lado, a coluna do esquerdista Zunir Ventura também “ataca” Boulos, mas dando um jeito evidente de, no fim, defende-lo. Essa gente é incapaz de criticar e ponto. Vejam que Zuenir “até” reconheceu que Temer, ao menos, teve coragem de ir ao local onde o prédio desabou, mesmo sob vaias, enquanto Boulos permaneceu em Curitiba em “ato” em defesa de Lula. A omissão do candidato do PSOL foi apontada pelo colunista. Ponto pra ele. Mas eis como conclui seu texto:
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, se, em vez de enviar um vídeo, tivesse tomado um avião, teria ajudado a socorrer os desalojados e a desfazer a confusão que atribuía ao seu MTST a polêmica ocupação do prédio que desabou. Na verdade, a responsabilidade era de um certo Movimento de Luta Social por Moradia (MLSM), objeto de várias críticas de moradores, inclusive a de cobrar até R$ 400 de aluguel, além de condomínio e taxas de serviços inexistentes. “Fui expulsa há duas semanas porque atrasei R$ 100 dos R$ 300 que pagava pelo aluguel num prédio infestado de ratos e sem esgoto”, denunciou uma senhora.
Aliás, a quantidade de movimentos de sem-teto em SP revela que as ocupações de edifícios se transformaram num grande negócio (existe até um prometendo “moradia digna”). Não por acaso, a polícia paulista está investigando os fortes indícios de que a facção criminosa PCC usa ocupações como fachada para esconder armas, drogas e traficantes.
Já em 2016, agentes do departamento de narcotráfico encontraram fuzis, carabinas e drogas no prédio do Cine Marrocos, do Movimento dos Sem Teto de São Paulo, cujas três ocupações lhe rendiam cerca de R$ 60 mil mensais.
Esses grupos usam métodos parecidos com os das milícias cariocas. Comandam as operações, loteiam o espaço da maneira mais rentável e alugam para quem mal consegue pagar. No caso agora do imóvel do MLSM, cerca de 120 famílias (a R$ 400 por mês) viviam amontoadas irregularmente ali, segundo informações do Corpo de Bombeiros. “Eles brigam para tomar o melhor prédio e cobrar os alugueis mais caros”, informa um dos moradores.
Ao que se saiba, não surgiu denúncia contra o MTST de Boulos e, até por isso, o candidato do PSOL, que criticou tanto o descaso dos poderes públicos, poderia ajudar a polícia a desmantelar essa perversa máfia que, sob o disfarce de assistencialismo social, explora impiedosamente os que não têm onde morar.
Reparem no esforço que Zuenir faz para poupar Boulos, para mante-lo afastado das denúncias que surgiram de cobrança mafiosa de “aluguel”. Seu MTST está “limpo”, não é como esse tal de MLSM. Por isso mesmo o “omisso” Boulos mandou mal: deveria ter aproveitado a ocasião para ir lá mostrar que seu movimento, ao contrário deste, é legal, do bem, não explora os pobres. É a mensagem nas entrelinhas que o esquerdista passa.
A tática é velha: aceita-se um “erro” menos para esconder o maior. Como quando Lula assumiu o “caixa dois” no auge do mensalão, para não ter que falar do esquema de quadrilha que montou em Brasília, ao tomar o estado brasileiro todo de assalto. Boulos é o “omisso”, não o líder de um “movimento” que explora a miséria alheia em conluio com criminosos, num estilo claramente inspirado nas milícias. Poxa, Boulos, seu feio: não seja mais omisso, viu?!
As “críticas” que os “progressistas” fazem aos comunistas radicais, revolucionários marxistas, criminosos invasores, é mesmo para inglês ver. Mas tem trouxa que cai nessa ainda…
Rodrigo Constantino
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