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Ministro do Trabalho acusa "neoliberais" de pessimismo forçado para desestabilizar a economia
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Petistas e afins são mesmo de outro mundo. De um mundo da fantasia, onde todos os inúmeros equívocos cometidos por petistas e afins, apontados ex ante por liberais, tornam-se de repente responsabilidade dos… neoliberais! Essa turma é incapaz de aprender com os próprios erros, pois sequer reconhece os erros. Vive em negação da realidade, repetindo chavões, slogans idiotas, e claro, acusando os “neoliberais” pelos problemas que seu esquerdismo criou. Exemplo? Ninguém menos do que o Ministro do Trabalho de Dilma.

Manoel Dias é seu nome. Parêntese: alguém conhecia de memória o ministro? Pois é: o Partido dos Trabalhadores foca tanto no trabalhador que entregou a pasta do Ministério do Trabalho a um ilustre desconhecido. É o filão do PDT, afinal, e a política manda. Ou melhor: o fisiologismo. Mas fecho o parêntese para voltar ao que disse o ministro. Ele acusou o “grupo neoliberal” de estar disseminando o ódio e desestabilizando deliberadamente a economia com um pessimismo artificial.

Sobre o ódio, já expliquei em detalhes aqui quem realmente o dissemina, ao tratar tudo como uma questão mortal de “nós contra eles”, ao segregar a população em classes e grupos, ao atacar com virulência os adversários, tratados como inimigos. Agora falemos da segunda parte, da orquestração maquiavélica dos malvados neoliberais para prejudicar o governo popular de Dilma e do PT.

Segundo o homem, que deve morar na Lua ou em Marte, não há crise econômica no país. A crise seria apenas política, e se reflete no discurso pessimista que assusta as pessoas, que então postergam a compra dos carros, apartamentos. Tudo arquitetado para desestabilizar a pobre presidenta Dilma. Um espanto! E uma irresponsabilidade sem tamanho, pois fomenta o consumo quando as famílias já estão extremamente endividadas e sentindo o peso da inflação no bolso.

Esqueça, aliás, a inflação de mais de 8%. Deve ser alguma invenção neoliberal. Esqueça a taxa de desemprego medida pelo IBGE subindo. Esqueça as estatísticas de endividamento familiar, mostrando o aperto monetário do brasileiro. Esqueça, ainda, a queda do PIB. Tudo isso é passageiro ou ilusório, fruto da propaganda negativa dos neoliberais. Se ao menos estivessem todos otimistas, repetindo que tudo está uma maravilha…

Não sei se se trata de falta de honestidade ou ignorância. Talvez um misto dos dois. Essa turma costuma acreditar mesmo que basta estimular a demanda que o crescimento econômico vem atrás. Acredita no moto perpétuo do crescimento, em que o estado distribui crédito, as pessoas compram carros e apartamentos, e a produção aumenta. Não entendem o básico de economia, e por isso convido aqueles que sofrem “apenas” de ignorância para meu curso online, que será oferecido em breve pela Kátedra. Os sem caráter eu dispenso, pois são casos perdidos.

Para esses “desenvolvimentistas”, tudo se resume ao “espírito animal”, e se as pessoas estiverem otimistas e consumindo, o mundo será cor-de-rosa. Não têm a menor noção de como a economia funciona. Foi com base nessa crença estúpida que Dilma fez tantas trapalhadas, para começo de conversa. Mas em vez de aprender com a lambança que causou, seu governo prefere, na voz do ministro, culpar os “neoliberais” pelos males esquerdistas.

Guido Mantega e companhia erraram todas as previsões no passado, por excesso de otimismo. Os liberais foram, na verdade, moderados até aqui, prevendo um cenário menos sombrio do que o que tem se concretizado. Mas a culpa pelo azedume não é do governo, é dos neoliberais pessimistas. Não é mole não!

Rodrigo Constantino

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