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Nossas leis trabalhistas só beneficiam as máfias sindicais
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Gravei na sexta-feira uma longa entrevista para ajudar no lançamento de um novo projeto que busca aglutinar diferentes iniciativas para um Brasil melhor, em paralelo ao que faz o governo. Numa das perguntas, foi-me questionado quais seriam as três medidas que eu adotaria caso tivesse poderes ilimitados de um “déspota esclarecido”. Não titubeei na primeira delas: abolir o nefasto “imposto sindical”.

Considero nossa CLT fascista um dos graves entraves ao progresso brasileiro. Nossas leis trabalhistas são marxistas na essência, tratam o patrão como explorador e o trabalhador como um proletário explorado. Tudo isso sustentado por campanhas de sindicatos corruptos ligados à esquerda, bancados com nossos impostos. É um círculo vicioso terrível, que foi tema de um excelente artigo de Odemiro Fonseca hoje no GLOBO, em que diz:

O que se vê no Brasil hoje é uma Justiça do Trabalho em que mais de 50 mil juízes e funcionários custam R$ 18 bilhões anuais e concedem a crescentes 3,5 milhões de reclamantes R$ 8,5 bilhões em indenizações. E os burgueses ainda pagam o custo das corporações (sindicatos, advogados, peritos) e de seus departamentos, para gerir este falso atrito social.

Mas o que não se vê é muito mais grave. Como o sistema se desenvolveu para proteger quem está empregado, as corporações excluem 45 milhões de brasileiros que não trabalham e querem trabalhar. São os informais, os desempregados e os desalentados. E quando se adiciona o custo de manter tais excluídos, gasta-se uns 4% do PIB. Gasto que poderia ser muito reduzido se mais pessoas trabalhassem. Fora as consequências políticas (sindicatos dos trabalhadores e patronais orgânicos, pelegos ou bandidos) e culturais (desincentivo ao trabalho, crime, droga).

As leis trabalhistas ocidentais tornaram os trabalhadores um enorme custo fixo num mundo em que vendas e lucros flutuam. As melhores legislações (anglo-saxônicas e do norte da Europa) reconhecem esse problema. Suas legislações tornam seus programas sociais muito menos demandados, pela maior taxa de emprego. Na Alemanha, grandes setores pagam só percentagem das vendas aos funcionários. O desemprego alemão entre jovens é 8%. Na Espanha, é 55%; na Grécia, 58%.

Até mesmo o governo socialista francês está tendo que caminhar mais nessa direção de flexibilizar as leis trabalhistas, pois percebeu como impedem o progresso do país e a geração de empregos. Claro, as reformas têm sido alvo de duros ataques dos sindicatos, não porque se preocupam com a “perda de direitos dos trabalhadores”, e sim com suas próprias regalias e seu poder.

As negociações diretas entre empresas e trabalhadores são o melhor caminho, como ocorre nos países escandinavos, que nossa esquerda adora citar, por ignorância ou má-fé, como ícones do “socialismo que deu certo”. Os sindicatos mantidos por impostos entram em cena para atrapalhar tais negociações e proteger uma elite já empregada, à custa do restante. Sindicalização compulsória é simplesmente um absurdo, um resquício de ditadura fascista.

Odemiro conclui: “Ludismo e protecionismo não salvarão nossos proletários. Muito menos nossa CLT. É melhor corrigir seus enganos históricos que pretendiam proteger os proletários, mas estão acabando com eles”. Há poucas coisas piores na vida do que aqueles “amigos” que agem, na prática, como nossos piores inimigos. É exatamente isso que fazem os sindicatos brasileiros com nossos trabalhadores: fingem ser seus protetores, mas no fundo representam apenas um enorme obstáculo para a melhoria em sua qualidade de vida.

Se me dessem um poder ilimitado para uma medida política, aí estaria ela: abolir pra já o nefasto imposto sindical e a obrigatoriedade de sindicalização, tornando as negociações diretas entre patrões e empregados uma realidade em nosso país. Se os trabalhadores julgarem vantajoso o apoio de sindicatos nessas negociações, que paguem por eles do seu próprio bolso, voluntariamente. De minha parte sei que não iria aderir a sindicato algum, pois sei como essa gente é uma praga atuando contra nosso progresso.

Rodrigo Constantino

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