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Novo salário mínimo vai injetar R$ 28 bilhões na economia?
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Eis a manchete no G1: Novo salário mínimo vai colocar R$ 28,4 bilhões a mais na economia:

O novo salário mínimo de R$ 724, que passa a vigorar a partir de janeiro, irá gerar um incremento de R$ 28,4 bilhões na economia, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Estudo do Dieese sobre os impactos do novo mínimo mostra ainda que, em termos de médias anuais em reais o valor de R$ 724 é o maior valor real (descontada a inflação medida pelo Índice do Custo de Vida – ICV) desde 1983, considerando a série histórica do salário mínimo no país.

“Com o valor de R$ 724, a vigorar a partir de janeiro, o piso acumula ganho real de 72,35%, desde 2002”, destaca o Dieese.

O novo valor representa um reajuste de 6,78% sobre o salário mínimo atual, de R$ 678.

Eis uma matéria que desinforma mais do que informa. Acaba confundindo o leitor, que fica com a impressão de que basta aumentar o salário mínimo por decreto que recursos brotam na economia do nada. Já expliquei em maiores detalhes aqui a falácia disso. Segue um trecho:

Ora, o que acontece quando o governo decreta um salário mínimo? Se ele for acima do de mercado, ele vai produzir informalidade ou desemprego. Não é difícil entender: ao determinar que o mínimo é R$ 722, ele retira do mercado legal aqueles trabalhadores cuja produtividade não chega a esse valor. Se não justificar para a empresa pagar tal montante para contratá-lo, ele ficará desempregado, ou fechará algum acordo informal.

Por isso os economistas liberais sempre apontaram para os perigos das boas intenções sem respaldo nas leis econômicas. O Brasil é mestre nisso. Temos cerca de um terço da mão de obra na informalidade não é por acaso. As “conquistas trabalhistas” celebradas pelos sindicatos favorecem aqueles que já estão empregados, à custa dos que procuram trabalho ou estão na informalidade.

Voltando à chamada do G1: o aumento do salário mínimo vai injetar quase R$ 30 bilhões a mais na economia? E de onde vai sair essa quantia? Como diria Bastiat, há aquilo que se vê, e aquilo que não se vê. Se o aumento do mínimo simplesmente injeta recursos na economia, por que não dobrá-lo de vez? Tripicá-lo? Colocá-lo em R$ 10 mil?

Quando fazemos esse simples exercício hipotético, fica claro o absurdo da afirmação. O aumento do mínimo não injeta recursos na economia; apenas transfere. Normalmente à custa dos trabalhadores mais pobres, na informalidade ou desempregados.

Nenhum país do mundo ficou rico ou reduziu a pobreza aumentando o salário por decreto. É preciso ser mais realista, e entender um pouco mais de economia…

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