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O embargo é a desculpa esfarrapada da esquerda para a miséria socialista em Cuba
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Cuba é uma ilha miserável, e um dos países mais desiguais do mundo, pois a casta no poder vive como os nababos, enquanto o povo sofre com falta de tudo, inclusive remédios básicos e o item mais precioso que existe: a liberdade. Tudo isso é fruto do socialismo, de um regime opressor coletivista que sempre impediu o livre comércio, a propriedade privada, o lucro pessoal.

Mas a esquerda precisava de uma desculpa, de um bode expiatório. E o embargo americano imposto após empresas serem encampadas pela ditadura e mísseis soviéticos serem apontados para as principais cidades dos Estados Unidos caiu como uma luva: era ele o responsável pela pobreza generalizada no pequeno pais caribenho.

A incrível contradição da esquerda nunca foi motivo de embaraço para seus membros, apesar de ser deliciosa para os liberais. A esquerda, que condena o livre comércio, a globalização e ainda chama as trocas comerciais com os ianques de “exploração” estava clamando justamente por mais comércio com os americanos e pela globalização como solução para a miséria cubana.

Notem que Cuba já pratica comércio com vários outros países, como os latino-americanos, o Canadá, a Espanha, etc. Os hotéis nas belas praias voltadas apenas para turistas, pois os locais sequer podem frequentar, são administrados por empresas espanholas. O Brasil tem investimentos lá. A Venezuela doa bilhões em petróleo. Mas a esquerda dizia que toda a miséria era pela falta do consumismo burguês dos estadunidenses, impedidos de praticar negócios com a ilha. Não é hilário?

Nesse contexto, o fim do embargo, que depende agora do Congresso americano após ser proposto pelo esquerdista Obama, pode até fortalecer a ditadura no curto prazo, injetando escassas divisas tão em falta por lá; mas no médio e longo prazos significaria o fim do pretexto mais ridículo usado pelos defensores de Fidel Castro para justificar a completa falência do socialismo.

Duda Teixeira, na Veja desta semana, escreveu um ótimo resumo da situação toda, e mostra como a situação em Cuba está desesperadora, para o povo (como sempre foi), mas também para os líderes, afoitos por dólares:

Duda Teixeira

Portanto, vejo a possibilidade de fim do embargo com bons olhos, mesmo vindo de Obama e mesmo sabendo que pode, no primeiro momento, beneficiar o regime comunista. As mudanças verdadeiras só virão quando Raúl e Fidel morrerem, provavelmente. Mas sem o embargo, a esquerda jurássica latino-americana fica sem sua desculpa para explicar o retumbante fracasso de seu modelo. Como, aliás, já é o caso na Venezuela, que vende bilhões para os “malditos” consumistas americanos todo ano…

Rodrigo Constantino

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