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O Enem ideológico como retrato de nossa “educação”
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O editorial da Gazeta do Povo, do Paraná, foi direto ao ponto hoje ao expor o viés ideológico na prova do Enem, ignorado ou até aplaudido por muitos “intelectuais” brasileiros. A estratégia de Gramsci está em grau bastante avançado em nosso país, e sem a devida reação, seremos como a Venezuela em mais alguns anos. Diz o jornal:

Já se tornou hábito, ano após ano, a busca por indícios de viés ideológico no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Não se trata de paranoia: não são poucas as questões de exames anteriores que pareciam feitas para induzir os alunos a oferecer respostas de acordo com certa ideologia para conseguir melhores notas. Neste ano não foi diferente: logo no primeiro dia de exame, no sábado passado, várias questões foram apontadas como enviesadas, e a polêmica cresceu no domingo, com o assunto escolhido para a redação.

[…]

É olhando os cadernos de questões objetivas que se encontram sinais mais preocupantes. Uma pergunta sobre o movimento feminista nos anos 60 traz consigo uma citação de Simone de Beauvoir que pode ser interpretada como defesa explícita das teorias de gênero rejeitadas por Legislativos em todo o país, nos três níveis, mas que o MEC insiste em promover. Um texto do geógrafo de esquerda Milton Santos é usado como base para uma questão cuja resposta considerada correta leva o estudante a concluir que uma consequência da “globalização perversa” é o “aumento dos níveis de desemprego”. Os movimentos sociais são exaltados em uma questão que usa como base um texto de Maria da Glória Gohn, entusiasta do MST e que, nos protestos de 2013, afirmou que os vândalos black blocs representavam a “resistência”. Uma citação de Slavoj Zizek, um dos novos teóricos da “violência revolucionária”, é usada para igualar a ação militar norte-americana no Afeganistão ao terrorismo dos extremistas islâmicos.

[…]

Todas essas são manifestações de um pensamento de esquerda, sem falar da desproporcionalidade verificada quando se analisa todos os autores e publicações usados na prova de “ciências humanas e suas tecnologias”. […] O problema aparece quando os representantes de uma ideologia específica são citados com muito mais frequência que os demais. Os poucos autores clássicos ou liberais citados no Enem 2015, como David Hume ou Tomás de Aquino, foram soterrados por uma profusão de autores como Slavoj Zizek, Milton Santos, Simone de Beauvoir ou Paulo Freire.

O jornal conclui que “O conjunto dos elaboradores de provas como o Enem é um microcosmo do mundo da educação nacional”. E é isso mesmo! Como a doutrinação ideológica no sistema educacional brasileiro será o tema do meu próximo livro, em parceria com Miguel Nagib, fundador da ONG Escola Sem Partido, tenho dedicado um razoável tempo ao estudo do assunto, e posso atestar que é mesmo um espanto o viés esquerdista. É pura doutrinação!

Fico feliz em saber que há editoriais tocando no nervo da questão e comprando essa briga fundamental, se quisermos ter alguma esperança no futuro da nação. Aliás, a Gazeta do Povo está de parabéns em geral, pois não só os editoriais, como vários colunistas bons têm criado ali um espaço rico em debate de ideias. É assim que vamos derrotar a doutrinação marxista em nosso país.

Rodrigo Constantino

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