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O “fascista do bem” é o pior de todos
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A marcha dos oprimidos é o grande tema do mundo pós-moderno. Alguns “Intelectuais” convenceram os jovens de que as “minorias” – que somam uns 80% da população – são vítimas oprimidas do homem branco cristão ocidental, o grande vilão da humanidade. Em nome dessa opressão, para sua “libertação”, vale tudo, inclusive violência. É o preço da revolução das vítimas.

Com tal narrativa, os líderes dos movimentos que falam em nome dessas “minorias” se sentem no total direito de agredir, intimidar, cuspir no outro, no adversário ideológico tratado como inimigo mortal. Não há espaço para a alteridade, para o convívio com o contraditório, com o Outro, como diriam os psicanalistas, muitos deles vítimas desse próprio maniqueísmo totalitário.

Um dos mestres dessa turma, Paulo Freire, o patrono de nossa “educação”, era um comunista com fala mansa, mas mensagem raivosa e radical, que ia justamente nessa linha. Justificava a violência “revolucionária” em nome do combate aos “opressores” e da “libertação” dos “oprimidos”. Foi assim que tantos “intelectuais” defenderam genocidas comunistas como Mao, Lenin, Stalin, Pol-Pot e Fidel Castro.

Vimos, na votação do impeachment neste domingo, uma cena deplorável, típica dessa mentalidade fascista das esquerdas modernas. O deputado Jean Wyllys resolveu simplesmente cuspir na cara do deputado Jair Bolsonaro, considerado “fascista” pelo ex-BBB. Ou seja, se eu considero o outro um fascista, então estou no direito de partir para a agressão, de cuspir em sua cara. É este um argumento?

Para muitos esquerdistas, sim. O “argumento” que se acostumaram a usar é o da intimidação, da repetição incansável de slogans e frases de efeito. Em seguida, justificam todo o seu ódio e rancor com base na vitimização. Como são os “oprimidos” (só por pertencer a uma “minoria”, só por ser gay, por exemplo), então podem destruir o outro, suspender as regras de convício civilizado.

Bolsonaro perdeu uma ótima oportunidade de fazer um discurso maduro, para uma audiência mais ampla, preferindo enaltecer um militar acusado de tortura. Um tiro no pé, indefensável. A mídia, com viés de esquerda, atacou em peso seu discurso. Mas demonstra o duplo padrão ao ignorar tantos que enalteceram até terroristas comunistas e o próprio Jean Wyllys, que colocou em prática seu ódio autoritário ao cuspir no deputado. Imaginem se fosse o contrário…

Marcus Faustini, por exemplo, dedicou sua coluna inteira hoje no GLOBO para atacar Bolsonaro e pedir sua cassação, mas não emitiu uma só palavra sobre o deputado que elogiou o terrorista Marighella ou sobre o cuspe de Jean Wyllys. Como Faustini, existem dezenas de outros “formadores de opinião” que abusam de uma seletividade absurda, sempre a poupar os “seus fascistas”. Falta honestidade intelectual a essa gente.

Filipe Rangel Celeti fez um comentário adequado em sua página do Facbook:

A Márcia Tiburi recomenda cuspir nos fascistas em seu livro?
Quem só vê fascismo no outro já se tornou incapaz de combater o seu próprio.
A catarse coletiva que se construiu entre os representados pelo cuspidor demonstra o quão certa é a tese do filme A Onde (Die Welle).
O homem deste tempo hipermoderno ainda fantasia ser racional enquanto torna-se, cada vez com mais intensidade, um devoto de seus impulsos, paixões e pulsões.
Veremos ainda muitos tiranos se levantarem sob aplausos, vivas, festas e cadáveres. Queremos sangue e odiamos o outro. Ódio que não é exclusividade do fascista da Tiburi, mas do fascista que todo homem carrega dentro de si.
Mais amor, por favor. Só há um amor…

O editor e escritor Miguel de Almeida escreveu um artigo publicado hoje no GLOBO sobre o “feminismo de oportunismos” seletivo, que vai nessa mesma linha do duplo padrão das esquerdas. Usou o caso de Fernanda Torres, massacrada pelo movimento organizado que fala em nome das mulheres quando teceu algumas críticas ao feminismo, bastante pertinentes. Diz ele:

Ouvi, com esses ouvidos que já ouviram cumprimentos respeitosos de Chet Baker e Miles Davis, da deputada Maria do Rosário, com seu jeitinho papa-hóstia, a defesa do uso da expressão grelo duro violentada pelo companheiro Lula. Jacques Passivo Wagner esbravejou quando Aécio Neves qualificou a candidata Dilma Rousseff como leviana, com a mentira de que leviana é sinônimo de mulher da vida no Nordeste. Como Aécio só conhece o Leblon, ficou com aquela cara de cliente da Osklen quando não encontra seu número e não peitou dizendo que nem no Brega da baixo Castro Alves, em Salvador, leviana pode ser visto como palavrão. Com esforço sintático, apenas mulher leviana é tomado por insulto. Mesmo assim vai depender de quantas doses estão na cachola… Pois Maria do Rosário, em seu estilo verão-quermesse, atenuou, assoprou e aliviou Lula pela referência baixo ventre ao grelo duro de suas companheiras. Estivesse na boca de José Serra e ele teria de localizar a travessa Gregório Duvivier sem Waze.

A causa, a causa. À esquerda e à direita.

Fernandinha Torres escreveu incrível artigo sobre sua condição de mulher. Foi mais xingada, amaldiçoada e vilipendiada do que fiel que bebeu o dízimo. O que ela fez? Escreveu um mea-culpa — e mesmo assim continuou a ser xingada. Blogueiras e outras ativistas não aceitaram suas desculpas. Pobre Fernanda: acostumada aos aplausos por seu talento dramático e de escritora, arriou frente ao tiroteio vindo das hostes onde grassam raciocínios dolosos, formulações tapa-sexo e inveja de mulher bonita e inteligente. Fernanda, você deveria saber que a pior de todas são as inimigas íntimas, querida.

Jonah Goldberg já descreveu com precisão o “fascismo de esquerda” em seu livro sobre o assunto. O que impressiona é ver cada vez mais gente com postura de fascista, intolerante, movida pelo ódio, acusando o outro lado de fascista, sem sequer enxergar seus atos no espelho.

São os “fascistas do bem”, os mais perigosos de todos, pois se julgam superiores, no direito divino de “reagir”, ainda que com extrema intolerância e agressividade, pois são, afinal, “vítimas” lutando por sua “libertação”. Não esperem uma crítica de Márcia Tiburi ao ato nojento e autoritário de Jean Wyllys, pois ela condena apenas o “fascismo”… alheio.

Essa turma é muito perigosa, já que sua consciência não demonstra culpa alguma por seus atos nefastos. E nada mais assustador do que alguém isento de culpa. É a própria definição da psicopatia…

PS: Se você condena os fascistas de verdade, aqueles que até cospem nos adversários em pleno Congresso, então assine aqui a petição pela cassação do deputado Jean Wyllys, do PSOL, pois seu ato foi claramente quebra de decoro parlamentar.

Rodrigo Constantino

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