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O messianismo político e seus males
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Por Jefferson Viana, publicado pelo Instituto Liberal

A política latino-americana vive um dos seus maiores dilemas, apesar da ascensão de políticos liberais-conservadores nesses países. Como evitar que o messianismo político, tão explorado por populistas e socialistas, possa atrapalhar os novos governos?

O messianismo político na América Latina nasce da cultura monárquica vinda de Portugal e Espanha que tinham como políticas reais uma “descentralização centralizada”, uma medida que fazia com que o rei virasse uma espécie de “salvador da pátria” para evitar que danos maiores acontecessem. Um exemplo prático disso no nosso país foi a campanha da maioridade que pedia que Dom Pedro II tivesse a sua maioridade antecipada tentando conter o caos gerado pelo governo regencial de Diogo Feijó, período marcado por algumas insurreições populares, como a Revolução Farroupilha, a Balaiagem e a Sabinada.

A figura de um “messias político” ficou no imaginário da população como um homem bom, abnegado, que poderia fazer tudo pelo bem comum, unindo o país em torno de um objetivo comum. Aproveitando-se dessa cultura, políticos populistas e socialistas transformaram o continente americano em um laboratório de políticas de cunho estritamente eleitoreiro usando sempre a imagem de salvador da nação. Porém, com essas políticas, apenas geraram atraso tecnológico-industrial e níveis de pobreza assustadores.

O filósofo inglês Roger Scruton, em recente entrevista para a revista Época Negócios, alertou ao fato de que o messianismo político na América Latina se desenvolva de maneira muito fácil e que esses países deveriam cultuar o governo das leis, em vez de se cultuar ideologias, pessoas ou famílias. Outro pensador, o americano Russell Kirk diz em sua obra “A Política da Prudência” que o conservadorismo e o liberalismo eram a negação da existência das ideologias políticas, afirmando que as ideologias favoreceriam apenas a demagogia e o populismo.

O tempo que viveremos em nosso país, a partir da saída de fato da presidente Dilma Rousseff, será crucial para o epilogo do messianismo político. Além da guerra cultural que deverá ser combatida nas artes e na educação, no campo político deve-se expor os tradicionais políticos populistas que nesse momento de degradação política, econômica e moral tentarão se vender como os salvadores da pátria para não largarem os seus postos políticos. Eles apresentarão soluções tão ruins quanto os problemas já vividos em si. Políticos como o ex-governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda e Integração Nacional, Ciro Gomes (PDT), a ex-senadora do Acre e ex-ministra do meio ambiente Marina Silva (REDE) são os dois casos mais cruciais de políticos que querem embarcar em uma onda de oportunismo. Para a manutenção da triste situação atual, usarão o discurso polido para enganar a população.

Para evitar que a atual situação de populismo político e fiscal volte ao continente, se faz bastante necessário que se mapeie as velhas caras da política nacional e a resposta a velha demagogia venha nas urnas. Não se deve dar qualquer voto as figuras já carimbadas pela demagogia e pelo populismo, renovando o quadro humano e intelectual das lideranças políticas brasileiras. Ou então, aguardaremos até a próxima operação Lava Jato – ou similar – para, quem sabe, encerrar a carreira de um ou outro político que faz das estruturas de governo sua casa e suja a atividade política.

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