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O Rio é o Brasil amanhã. Ou: Se o Brasil cansa, o Rio cansa em dobro!
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Logo no começo de Brasileiro é Otário? – O Alto Custo da Nossa Malandragem, afirmo que o fato de ser um “carioca da gema” me ajuda na análise do “jeitinho nacional”, uma vez que o Rio é o Brasil alavancado, ou seja, tem as mesmas mazelas, mas tudo acaba ampliado na capital nacional da esquerda caviar. É no Rio que a extrema-esquerda do PSOL se cria, ou quase; é no Rio que a banda mais podre do podre PMDB concentrava tanto poder; é no Rio que artistas e “intelectuais” promovem a baderna.

E o Rio quebrou. Faliu. É preciso ter cuidado para não achar que foi “só” a corrupção, como alguns têm dito por aí. Sim, Cabral e sua quadrilha desviaram muito dinheiro. Mas o Rio estaria quebrado mesmo sem isso. O buraco é mais embaixo. É estrutural. Tem a ver com o rombo fiscal, com a gastança irresponsável do governo, com a folha de pagamentos, com as aposentadorias. A corrupção é a cereja do bolo fecal.

E que corrupção! As cifras assustam – ou pior: assustam pois deveriam assustar muito mais. Mesadas de meio milhão de reais, joias e mais joias, carrões, jantares bregas: políticos tentando levar a vida de magnatas (como Trump?) sem jamais ter empreendido na vida, nem mesmo numa lojinha de bugigangas. Gente sem classe, deslumbrada, provinciana: a cara do Rio, a cara do Brasil.

E reparem só: onde foi que a vitória de Trump mais surtiu reação exasperada? Acertou: no Rio. É porque essa mesma turminha, que sempre vota tão mal, que faz campanha para Freixo, sente-se no direito de dar pitaco no mundo todo, especialmente nos Estados Unidos, que amam odiar (e também visitar para fazer compras).

Nelson Motta escreveu uma coluna quase impecável sobre isso hoje. Digo quase pois usou o liberal sem aspas para se referir à esquerda americana, que idolatra Obama. São “liberais”, “progressistas”, pois a esquerda usurpou o termo aqui. Diz Motta:

Se não fosse trágico, seria até engraçado pessoas que elegeram Sérgio Cabral e Pezão acharem um absurdo a eleição de Donald Tump. Os mesmos caras que produziram um desastre econômico e quebraram o estado são os que agora pedem o apoio (e o dinheiro) da população para “reconstruí-lo”… Trump, pelo que se sabe, não levava dinheiro de empreiteiras, não era amigo íntimo do maior construtor de obras públicas do estado, não ia a Paris encher a cara e dançar de guardanapo na cabeça… Ele não seria tão provinciano. E caso fosse acusado de falcatruas, seria julgado por um juiz de primeira instância, já que não existe foro especial nos Estados Unidos, lá todos são iguais perante a lei, mas no Brasil… you know… alguns são mais iguais.

Quem tem Renan Calheiros como presidente do Senado e terceiro na linha de sucessão presidencial pode esculachar Trump? Ele não é acusado em 11 processos, nunca teve lobista de empreiteira pagando pensão de amante. Sim, Trump tem uma pinta de cafajeste horrorosa, mas parece um aristocrata europeu diante de figuras como Sarney, Edison Lobão e Eduardo Cunha e, mesmo com seu narcisismo patológico, certamente não é tão vaidoso como alguns ministros do STF.

Cheguei a Nova York no dia seguinte da eleição e encontrei amigos artistas, advogados, médicos e jornalistas, todos liberais, devastados com a inconcebível surpresa. Parecia um novo 11 de setembro, só que mais humilhante. 

Pois é. Os “liberais” estão devastados com a vitória do Trump, mas nada dizem sobre dois ex-governadores do estado do Rio presos em menos de 24 horas, ou do presidente do Senado que está no poder desde Collor, réu em mais de dez processos, que nunca andam sabe-se lá o motivo (ou se sabe, o que é muito pior). Renan Calheiros, aliás, nunca foi alvo dessa patota “liberal”, ao contrário de Eduardo Cunha, pois era aliado do PT. Eis o padrão “ético” desse pessoal.

O Brasil cansa. E o Rio cansa em dobro! A desgraça que vemos no Rio hoje, em estado de penúria, é um microcosmos do país. Vários outros estados quebraram ou vão quebrar também. É questão de tempo até aparecer toda a podridão. Foram governantes irresponsáveis e corruptos, fomentados pelo governo federal ainda mais irresponsável e corrupto, que hipotecaram o futuro dos brasileiros. A conta chegou. Está chegando.

E na hora das reformas necessárias, o que faz a gangue da esquerda festiva? Protestos! Grita “Fora, Temer!” e vai depredar patrimônio público para impedir as mudanças. Ou seja: foram cúmplices na destruição, e são obstáculos na reconstrução. E essa gentinha ridícula tem a pecha de meter o malho nos americanos “otários”, pois levaram um empresário bilionário que nunca foi político ao poder. Cruzes!

Os americanos caipiras têm tanto a aprender com os descolados e engajados cariocas, não é mesmo?

Rodrigo Constantino

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