“Aqueles que se esquecem do passado estão condenados a repeti-lo”, alertou George Santayana. Esse alerta deveria servir para a memória do Holocausto, já que muitos sequer sabem o que ele foi, ou pior: negam que tenha ocorrido (um desses apareceu na minha página do Facebook esses dias, tomando sua estupidez por “ceticismo”). Vi recentemente o filme “Denial”, baseado em fatos reais com a atriz Rachel Weisz, justamente sobre um “intelectual” que negava a ocorrência do Holocausto. Recomendo.
É nesse contexto que também sugiro a leitura do artigo de Osias Wurman hoje no GLOBO. Ele mostra a postura ambígua e contraditória da ONU nessa questão. Por um lado, a entidade relembra oficialmente a carnificina que ceifou a vida de seis milhões de judeus; mas, por outro, ela tem endossado ataques absurdos a Israel, manipulada pelos árabes e seus petrodólares. Diz Wurman:
A mais recente aberração no Conselho de Segurança da ONU foi através da Resolução 2.334, de 2016, que versou sobre a condenação do Estado de Israel pela construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Foi colocada a premissa de que os assentamentos israelenses são o principal obstáculo à paz na região.
A pergunta que não quer calar é: por que não houve um dia sequer de paz, desde 1948, quando foi declarada a independência do Estado de Israel, até 1967, quando Israel defendeu-se do ataque de seus vizinhos conquistando a Cisjordânia e libertando Jerusalém Oriental da soberania jordaniana? Neste período de 19 anos, não havia qualquer colono judeu morando em território pretendido pelos palestinos.
O que houve foram atentados, escaramuças e muito ódio incutido nos palestinos, com destaque para suas inocentes crianças, de que “os judeus deveriam ser varridos da Palestina e afogados no Mar Mediterrâneo”, como pregava abertamente o ditador egípcio Gamal Abdel Nasser na década de 50.
[…]
Minar os fundamentos da Partilha da Palestina, aprovada pela mesma ONU, em 1947, que previu a existência de um Estado judeu e outro palestino, só servirá para agravar a situação já tão conturbada no convívio entre israelenses e palestinos.
Cerca de 50 milhões morreram na Segunda Guerra Mundial, e destacamos os seis milhões de judeus, um terço de um povo, assassinado impiedosamente simplesmente por sua origem judaica. É importante que a ONU não crie condições que enfraqueçam o guardião do povo judeu desta geração: o Estado de Israel. Holocausto nunca mais!
Wurman critica a “guinada à direita” nos Estados Unidos, mas aqui me parece equivocado. Se por isso entende a vitória de Donald Trump, é bom lembrar que tem sido justamente o novo presidente aquele a combater o viés da ONU e defender Israel, ao contrário do que fazia Obama, o queridinho da esquerda caviar.
A ONU tem se mostrado completamente parcial contra Israel. Trump colocou o dedo nessa ferida, e Netanyahu reconheceu o novo aliado. O problema não é, portanto, Trump e a “direita”, mas sim a profana aliança entre a esquerda e o Islã, que comentei aqui.
Lembremos do Holocausto, para jamais repeti-lo! A judeofobia infelizmente continua em alta no mundo. Mas não vamos errar o alvo: hoje* esse ódio aos judeus disfarçado de ódio a Israel vem do lado esquerdo. A direita, em sua grande parte, tem defendido Israel contra os ataques da esquerda e da ONU.
* Na verdade não é só hoje, pois se considerarmos que o nazismo, ou nacional-socialismo, sempre foi um movimento de esquerda, como muitos historiadores sérios alegam, então a judeofobia sempre veio da esquerda, apesar de muitos judeus terem defendido o comunismo. Marx, de origem judaica, era claramente antissemita e associava os judeus ao “pecaminoso” capital.
Rodrigo Constantino
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