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Os alertas do melhor gestor de fundos do país
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O Verde é o melhor fundo de multimercado do Brasil, e seu gestor é Luís Stuhlberger. Seu histórico é realmente impressionante, e basta conversar ou ver uma palestra de Stuhlberger para saber que se está diante de alguém bastante diferenciado.

O desempenho esse ano está incrível, com alta superior a 16%, mais que o dobro do CDI. Isso, mesmo com um tamanho enorme, lembrando que é sempre mais difícil dirigir um caminhão do que um fusca.

A carta do gestor de novembro faz um retrato de nossa lamentável realidade, tocando nos pontos certos, como aumento constante da carga tributária e do peso geral do estado (parasita) sobre os poucos empresários que pagam a conta (hospedeiros), assim como a redução sistemática do superávit fiscal. A conta não fecha, e o fardo para quem efetivamente produz riqueza começa a ficar pesado demais.

Esse gráfico aponta para o sumiço do superávit primário estrutural, sem as malandragens contábeis do governo. Era o último importante pilar da herança bendita da era FHC que faltava o PT destruir:

Superávit fiscal

Enquanto o governo gasta cada vez mais do que arrecada, a carga tributária aumenta bem mais do que a economia. Ou seja, não é que o governo mantém seu patamar de gastos e alivia nos impostos; ele expande os impostos, e ainda assim aumenta ainda mais os gastos, desaparecendo com o excedente:

Carga tributária

Abaixo, um trecho da carta:

Os custos associados ao mercado de trabalho, como impostos, ações judiciais e trabalhistas, absenteísmo crescente, número de pessoas que vive de arbitragem contra o Estado (indústria de atestados médicos falsos, abono salarial, seguro-desemprego, bolsas de tudo o que é tipo, financiamentos públicos com baixo credit score, etc.), somados ao tamanho do Estado, que já é 40% do PIB, jogam um margin squeeze contra os 5% de empresários que sustentam os outros 95% que vivem na aba do governo, ou são o próprio governo.

Sobre o Refis, que vai ser comemorado como o “salvador da pátria” para o cumprimento da meta do superávit primário deste ano (além do leilão de Libra), será agora considerado uma coisa boa pelo governo, pelas empresas, pela sociedade e pelas agências de rating. No entanto, no longo prazo, isso irá criar um problema adicional seríssimo para as empresas brasileiras. A Receita Federal vai deixar de ser o leão para ser o bode.

Para quem não conhece, a história do bode é a seguinte: no século XVIII, em algum lugar longínquo na Europa, um cidadão consultou um sábio para reclamar que sua casa era muito pequena e sua família, muito grande. O sábio recomendou que colocasse um bode na sala e voltasse dali a algum tempo. Passado certo tempo, o cidadão voltou para contar que a situação estava ainda muito pior, e foi então que o sábio pediu que ele tirasse o bode da sala. Foi então que tudo melhorou para o pobre cidadão. Tirar o bode da sala é oferecer o Refis.

Assim será daqui para a frente. Estamos virando uma metralhadora giratória de autuações fiscais e trabalhistas, com descaracterização da personalidade jurídica, e indo para a pessoa física do empresário, em níveis praticamente inaceitáveis. É muito difícil para os empresários tentar produzir, dar empregos, gerar lucro para reinvestir e, ao mesmo tempo, suportar essa carga desumana. Os 5% de empresários não aguentarão carregar os 95% de governo + assistidos.

Continuamos com nosso view estruturalmente negativo, mas achamos que a agonia do modelo ainda será lenta e gradual, já que exportamos US$ 75 bi em soja e minério de ferro e, com isso, conseguimos aguentar muito desaforo e falta de visão por parte do governo. A reação inicial do governo ao leilão de Libra, aeroportos e concessões rodoviárias e uma postura mais pragmática em relação à função do capital, sem dúvida são sinais positivos e encorajadores. Entretanto, preferimos esperar resultados mais concretos, para aumentar a exposição ao mercado acionário doméstico.

Quem quiser apostar na economia brasileira, é livre para fazê-lo. Mas fica o alerta do melhor gestor de fundos do país. Com essas trapalhadas do governo petista, dificilmente teremos bons resultados à frente. Resta saber se as urnas darão mais 4 anos aos trapalhões…

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