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Para certos jornalistas, sujeito portando fuzil em favela não é necessariamente uma ameaça…
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O mundo encantado do Projaquistão é realmente muito diferente daquele em que os demais brasileiros vivem.  Nessa bolha “progressista”, bandido é “vítima da sociedade”, mulher é sempre oprimida por uma sociedade machista, gays são assassinados aos montes por serem gays, gente atravessa para o outro lado da rua quando vê uma criança negra e sujeito carregando um fuzil numa favela pode ser simplesmente um bom samaritano indo participar do culto.

O governador eleito no Rio de Janeiro, Wilson Witzel, teve que explicar para uma bancada de jornalistas que um policial abater alguém portando um fuzil é uma questão de segurança e sobrevivência, já que ninguém carrega um fuzil nas ruas cariocas sem a intenção de intimidar ou agredir inocentes. Mas a cara de espanto da turma diz tudo: como assim, abater uma pessoa só por ter um fuzil na mão, se não estiver oferecendo perigo aos demais? Vejam com os próprios olhos:

Não satisfeito, O GLOBO deu destaque à fala do governador eleito, mas para condenar sua visão “tosca” de mundo, de acordo com “especialistas” (sempre eles). Eis um trecho da reportagem:

O governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), afirmou nesta terça-feira que quer treinar atiradores de elite para abater criminosos em favelas do Rio. Em entrevista à Globonews TV, ele disse que dificilmente esses policiais atiram em inocentes, e falou que a ordem é para atacar quem quer que esteja na frente dos policiais,  mesmo que seja um bandido de costas:

– Raramente sniper atira em quem está de guarda- chuva. E muito menos em quem está com furadeira. Nesses casos eram militares que não estavam preparados para esse tipo de missão. Os militares da Core e do Bope inclusive serão treinados. Hoje, na Cidade de Deus, um helicóptero filmou cinco elementos armados de fuzis. Ali, se você tem uma operação em que nossos militares estão autorizados a realizar o abate, todos eles serão eliminados – disse Witzel ao ser questionado sobe episódios em que inocentes foram baleados porque outros objetos foram confundidos com  armas pelos policiais, e complementou:

– Fuzil na mão? É ameaça. Ele vai usar o fuzil para atacar para quem quer que seja na frente dele  – ao responder a uma hipótese  onde um traficante esteja de costas com fuzil.

O governador eleito, no entanto, reconheceu que não pode garantir que os policiais não serão condenados pela Justiça.

– Prefiro defender policiais no Tribunal do que ir a funeral. O policial será defendido. Se condenado, nós vamos recorrer. Se a setença for mantida, é um risco que a gente corre. O que me deixa desconfortável é ver bandido com fuzil na rua – disse Witzel.

Já os “especialistas” ouvidos pelo jornal condenaram essa interpretação da lei. Na ótica rosada dos “progressistas”, um sujeito com fuzil na mão numa favela não necessariamente é um perigoso traficante pronto para matar inocentes; pode ser um trabalhador honesto, quem sabe? E mesmo que seja bandido (ter um fuzil já é crime no Brasil), como ter certeza de que oferece ameaça?

Talvez se artistas e “intelectuais” se aproximarem dele cantando “Imagine”, soltando bolas de sabão e fazendo um cordão de abraço, todos usando camisetas brancas com a pomba da paz, o cara se comove, larga o fuzil e vai imediatamente procurar um emprego honesto, não é mesmo?

Os “progressistas” perderam qualquer elo com a realidade…

PS: Em seu editorial de hoje, O GLOBO voltou a defender o Estatuto do Desarmamento, apesar do aumento dos homicídios, alegando que tal aumento seria ainda maior sem essa medida (argumento contrafactual impossível de ser refutado). E concluiu com uma “lógica” cartesiana que simplesmente não encontra eco na realidade:

Os que atacam o Estatuto do Desarmamento costumam dizer que a legislação não surtiu efeito, à medida que não foi capaz de reduzir os índices de homicídio por armas de fogo no país. Mas trata-se de meia verdade. De fato, o número de assassinatos tem crescido desde 2003, mas por outros motivos. Estudos mostram que o cenário seria ainda mais catastrófico não fosse o freio da lei. Não é difícil entender por quê. Quanto mais armas, mais mortes. É uma ilusão achar que a sociedade estará mais protegida aumentando-se o arsenal em circulação. Ao contrário, estará ainda mais exposta.

Vários estudiosos do tema mostraram que não há qualquer ligação direta entre “mais armas, mais mortes”. Pelo contrário! E não é difícil entender por quê. Os marginais não vão abrir mão de suas armas. Já são criminosos! Já seus potenciais alvos estarão desarmados, o que aumenta a ousadia dos bandidos. Isso sem falar que os bandidos, ao menos no Rio, andam com fuzis. E os “progressistas” ainda acham que isso não é necessariamente uma ameaça. Se ao menos esses traficantes lessem o Estatuto do Desarmamento…

Rodrigo Constantino

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