Não há imbecis e fanáticos de um só lado. Em nome da honestidade intelectual, é preciso destacar isso. Vale lembrar que a grande diferença é numérica: para cada maluco “cristão”, que deturpa ou pretende adotar literalmente algumas palavras bíblicas para justificar sua insanidade, há mil muçulmanos encarando o Corão como manual de uma jihad. Até porque a Bíblia deve ser interpretativa, simbólica, enquanto o livro sagrado do Islã (Submissão) deve ser visto como literal mesmo.
Feita a ressalva, vejam a mensagem de ódio desse pastor batista de Sacramento, Califórnia. O pastor Roger Jimenez, da pequena Verity Baptist Church, disse aos seus fiéis que os cristãos não deveriam lamentar a morte de 50 “sodomitas”, por ele comparados a pedófilos. Disse que a Bíblia mostra que devem ser repudiados, e que lamenta, na verdade, que o terrorista não tenha terminado o serviço. Gostaria de ver gays enfileirados num paredão de fuzilamento. Acha que a Flórida acordou mais “segura” após o atentado. Quando morrem os que “merecem”, disse, isso não é uma tragédia.
É chocante, e infelizmente sabemos que ele não é o único a pensar assim. Ter gente desse tipo associada ao cristianismo, ao conservadorismo ou à civilização ocidental é péssimo para a preservação dos valores mais básicos do próprio Ocidente, como a tolerância e o foco nas liberdades individuais.
Mas a grande vantagem do Ocidente frente ao Islã é justamente que esse tipo de fanático representa uma minúscula minoria. O fanatismo religioso foi domesticado. O Iluminismo, com todos os seus defeitos e excessos “racionalistas”, colocou uma focinheira nesses malucos.
Nenhum cristão – ou qualquer um – deve ser obrigado a gostar de homossexuais. Tem o direito de considerar o homossexualismo um desvio de comportamento, um pecado até. Mas como o próprio cristianismo diz, odeie o pecado, mas ame o pecador. O que esse pastor diz é simplesmente abjeto. Pregar o fuzilamento de gays é um discurso criminoso, antiliberal. E é esse tipo de coisa que dá munição aos “progressistas” para, em nome da “tolerância”, avançar com uma agenda totalitária e intolerante.
Pastores como esse Roger Jimenez são não só uma vergonha para o cristianismo, como uma ameaça para os verdadeiros conservadores. Quem defende o fuzilamento de pessoas que não cometeram crimes, apenas por suas ideologias ou inclinação sexual, deveria ser preso. Sejam comunistas como o professor Mauro Iasi, que pregou o fuzilamento de “direitistas” e contou com o apoio de vários colegas, sejam pastores que querem ver gays levando tiros. O mundo seria um lugar bem melhor sem esses malucos…
Rodrigo Constantino
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