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Paul Krugman chega ao fundo do poço e considera a extrema-esquerda grega "moderada"
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Poucos economistas desceram tanto a ladeira como Paul Krugman. Seu Prêmio Nobel se deveu aos estudos sobre o comércio internacional, dos tempos em que ainda era um pesquisador sério, com livros interessantes sobre macroeconomia. Com o tempo, porém, Krugman se transformou em um militante de esquerda, um provocador dos Republicanos e um defensor incondicional dos Democratas, um colunista sensacionalista do NYT.

Seus textos foram se tornando cada vez mais constrangedores, e à medida que ganhava os aplausos dos ignorantes por meio de mensagens populistas, perdia o respeito de seus pares mais sérios. Chegou a produzir um olhar de incredulidade em Kenneth Rogoff ao defender, em debate ao vivo, que seria bom para a economia americana se o governo “investisse” em uma hipotética defesa contra alienígenas, só para ativar a demanda por meio dos gastos públicos (inúteis).

Mas nada se compara ao texto publicado hoje no GLOBO. Nele, Krugman simplesmente coloca a culpa das agruras gregas na austeridade, que o país não cumpriu nem de perto, e ainda deposita a esperança de que o Syrisa, partido de extrema-esquerda, vai “salvar” a Grécia. Na verdade, demonstra algum ceticismo, pois o partido não seria radical o suficiente! Eis sua conclusão:

Portanto, agora que Tsipras ganhou, e ganhou bem, funcionários europeus pedem que ele aja de forma responsável, cumprindo seu programa. O fato é que eles não têm credibilidade; o programa que impuseram nunca fez sentido. O problema com os planos da Syriza é que eles podem não ser suficientemente radicais. O alívio da dívida e um abrandamento da austeridade iriam reduzir o sofrimento econômico, mas é duvidoso que sejam suficientes para produzir uma forte recuperação. Mesmo assim, pedindo uma grande mudança, Tsipras está sendo muito mais realista do que aqueles que querem que o programa continue até que os ânimos melhorem. O resto da Europa deveria lhe dar chance de acabar com o pesadelo de seu país.

A defesa do calote, vinda de um Prêmio Nobel de Economia, é algo por si só assustador. Mas endossar o programa todo do radical esquerdista que prega abertamente o socialismo é o cúmulo. Foi nisso que Krugman se transformou? Num garoto-propaganda do bolivarianismo?

Alguns acham que o homem surtou de vez; outros especulam se ele ganha muito bem para esse tipo de coisa. Não sei a resposta, não sei os motivos que levaram Krugman a descer tanto. Só sei que ele atingiu o fundo do poço. Em sua cruzada contra a austeridade, contra o liberalismo, contra o bom senso econômico, contra limites para governos perdulários, ele chegou ao seu próprio limite e abraçou os irresponsáveis caloteiros da extrema-esquerda. No Brasil, seria do PSOL ou mesmo do PSTU!

Krugman não tem como descer mais. Só se encontrar um alçapão no fundo desse poço e se jogar rumo à escuridão insondável, lá onde vivem aqueles que defendem o regime cubano…

PS: Para quem acha que exagero, recomendo a leitura da coluna de hoje na Folha de Vladimir Safatle, figura caricata de nossa extrema-esquerda, membro do PSOL, que se mostra quase tão empolgado com o resultado grego. Krugman, hoje, é apenas uma espécie de Safatle americano. Que lástima!

Rodrigo Constantino

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