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Porto Alegre ganha estátua em homenagem a Brizola. No Rio, ele já foi homenageado faz tempo nas favelas…
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Sempre que vou palestrar em Porto Alegre – e vou com alguma frequência – peço a meus colegas gaúchos que nunca mais “exportem” políticos para meu Rio de Janeiro. Leonel Brizola já esgotou qualquer cota razoável de desgraça. Que exportem somente secretários de segurança para tentarem limpar as lambanças feitas pelo trabalhista…

Pois bem: o mesmo Brizola, responsável por boa parte da tragédia carioca, recebeu uma homenagem em sua terra natal. Uma estátua:

Lideranças e militantes do PDT e políticos de diversos partidos inauguraram uma estátua do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola nesta quarta-feira, 22, em Porto Alegre, data em que o homenageado faria 92 anos se estivesse vivo. A peça, feita em bronze pelo artista Otto Dumovich, tem dois metros de altura, mostra o político gesticulando, como fazia em seus discursos.

[…]

Durante a cerimônia de inauguração, militantes exaltaram as gestões de Brizola, as ações voltadas para a educação e sua postura na Campanha da Legalidade, que garantiu a posse de João Goulart na presidência da República depois da renúncia de Jânio Quadros, em 1961.

Tenho visão “um pouco” diferente. Brizola estava ansioso para fechar o Congresso em 1964, era um dos que queria um golpe “do lado de lá”. O ícone perfeito do caudilho nacionalista que conquista as esquerdas retrógradas.

Educação? Não foi bem assim. O que tivemos foram vários CIEPs abandonados em beira de estradas, bem à vista de todos os motoristas, mas sem aulas, com greves constantes, descaso etc.

Por outro lado, há locais no Rio em que Brizola deixou sua marca mesmo. Falo das favelas. Ao blindar tais comunidades do acesso policial, Brizola ajudou a criar as verdadeiras fortalezas do crime. Como homenagem justa, a cocaína foi batizada com seu nome nesses lugares.

Ficamos assim, então: os gaúchos de esquerda celebram o “grande político” que foi Brizola; os traficantes cariocas celebram o “grande camarada” que foi Brizola, ao impedir a presença policial em seus territórios. Cada um com seus heróis…

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