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Dorsa Derakhshani, jogadora de xadrez iraniana.
Dorsa Derakhshani, jogadora de xadrez iraniana.| Foto:

Comentei aqui o caso asqueroso em que Eliane Brum atacou uma menina com câncer por ela usar um turbante na cabeça, o que seria “apropriação cultural” das negras. Além do absurdo pela falta de empatia em nome da ideologia, há também a estupidez histórica, já que as judias usam lenços e “turbantes” na cabeça desde sempre, costume que foi copiado pelas muçulmanas. Abaixo, por exemplo, uma judia usando seu traje tradicional na cabeça:

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E o Islã copiou com vontade! Afinal de contas, aquilo que deveria ser um direito de escolha para demonstrar humildade acabou virando uma imposição para esconder qualquer traço da beleza feminina. Comentei aqui também o caso de Marine Le Pen, que se recusou a colocar o véu na cabeça para ser recebida pelo mufti no Líbano. Quem é o intolerante em questão?

Pois bem: a resposta fica clara quando lemos essa notícia de que a campeã de xadrez no Irã foi expulsa do time nacional por não usar o véu. Dorsa Derakhshani comentou em seu Twitter o ocorrido, e seguidores vieram em seu apoio mostrando a hipocrisia das políticas suecas, que colocam o véu em nome do “multiculturalismo” ou do “politicamente correto”, para agradar os intolerantes que não respeitam quem não deseja cobrir a cabeça.

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A bela jogadora chamou de “andar da vergonha” esse show de hipocrisia das feministas suecas. Uma feminista de verdade, distante desse feminismo moderninho que não tem nada a ver com direito das mulheres, estaria ao lado de Darya, defendendo a liberdade de escolha das mulheres em usar ou não o véu. Estaria ao lado de Le Pen – sim, de Le Pen, a “ultraconservadora” – reforçando seu direito de não colocar véu algum na cabeça. E estaria ao lado da menina com câncer, em vez de falar nessa babaquice de “apropriação cultural” para defender as “negras de passeatas”.

A menor minoria de todas é o indivíduo. Feministas são coletivistas. O movimento racial é coletivista. Nenhum deles quer saber do indivíduo, com suas liberdades de escolha. Cada um deveria ser livre para escolher o que usar na cabeça. Mas essa esquerda é tão hipócrita, tão contraditória, que condena a moça que usa o véu ou o turbante, por “apropriação cultural”, e também condena a moça que não usa o véu, por “ofender” os líderes muçulmanos.

Essa esquerda fica ao lado dos poderosos e contra os indivíduos. É autoritária e coletivista, não respeita as verdadeiras minorias. Que tal deixar cada um usar o que quiser na cabeça? Essa seria uma postura liberal, não é mesmo?

Rodrigo Constantino

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