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Recado aos sinceramente equivocados do lado esquerdo
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Acabo de publicar um texto agressivo contra a esquerda em geral, que tem sido cada vez mais hipócrita e canalha. Trata-se de um desabafo sincero de quem não aguenta mais ver tanta manipulação e mentira. Mas como que por um sinal divino, logo depois li o belo depoimento de Maya Felix na minha timeline. Ele veio me lembrar que a esquerda deve sempre ser dividida entre os canalhas e os ignorantes, entre os oportunistas e os românticos que sofreram lavagem cerebral.

Não podemos colocar todos no mesmo saco podre. Os safados manipulam as emoções dos desavisados. Os primeiros não têm solução, pois lhes falta caráter. Os últimos ainda têm salvação. Precisam acordar, abrir os olhos, compreender que foram utilizados como idiotas úteis por gente podre. Por isso reproduzo aqui na íntegra a confissão de Maya, pois como ela existem milhões por aí, que precisam de ajuda para sair dessa prisão ideológica:

Eu era sinceramente de esquerda. Eu acreditava em tudo o que o Lula dizia. Eu era feminista. Eu chorei quando o Lula perdeu para o Collor, em 1989. Eu lutei pelo Impeachment do Collor. Eu era sincera quando fazia movimento estudantil. Eu acreditava que estava construindo um mundo melhor. Eu fui ao primeiro Fórum Social Mundial em Porto Alegre, em 2000. Eu me desfiliei do PT em 2006 porque eu achava que o Governo Lula não estava suficientemente à esquerda.

Em 2008, eu comecei a mudar. Em 2009, após ler alguns livros e pensar bastante, eu entendi que a esquerda estava errada. O discurso parecia sincero, mas era vitimizante, mentiroso, enganador. Era um canto de sereia. Eu compreendi que durante toda a minha vida tinha pensado de modo equivocado, ainda que minhas intenções tivessem sido as mais nobres e verdadeiras possíveis.

Quando voltei a Paris, em 2011, para fazer pesquisas para minha tese de doutorado, levei um choque: a França estava um caos. A cidade pacífica em que eu havia morado, entre 1996 e 2000, estava esgotada. A aplicação das teorias e práticas da esquerda na administração da cidade haviam transformado a linda Cidade Luz num misto de lixeira e centro de tensões culturais e raciais. Roubos, agressões, mendicância, coisas que eu nunca tinha visto na cidade, passaram a ser moeda corrente.

Saí de lá totalmente consciente de que a esquerda era uma doença, um mal a ser combatido. E que não devia ser confundida com amor, misericórdia, justiça: a esquerda, muito perspicazmente, distorce esses conceitos, apropriando-se dos arcabouços morais e éticos da sociedade. É a hipocrisia mais profunda que sustenta a prática esquerdista. Quando eu finalmente entendi isso, eu fui livre.

Só posso dizer: parabéns, Maya! E que seu texto sirva como prova de que vale a pena ter esperança, insistir na luta, apresentar argumentos, participar de debates, pois sempre é possível romper com os grilhões ideológicos e sair livre. Não é fácil, pois a doutrinação é forte e começa muito cedo, e o apelo emocional é grande também. Mas é viável. Com estudo, leitura e o desejo sincero de aprender, qualquer um pode se livrar do esquerdismo. É essa esperança que me move, que me motiva a insistir tanto nessa batalha.

Rodrigo Constantino

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