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Será que o sucesso negro importa?
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Por Thomas Sowell *

Nós vivemos escutando que “vidas negras importam” (Black Lives Matter), mas elas parecem importar somente quando ajudam políticos a conquistar votos, ou quando esse slogan ajuda demagogos a demonizar a polícia. Os outros 99% de vidas negras destruídas por pessoas que não são policiais não parecem atrair tanta atenção da mídia.

O que dizer do sucesso negro? Será que ele importa? Aparentemente não muito.

Nós escutamos bastante sobre alunos negros fracassando em alcançar os padrões acadêmicos. Então você poderia pensar que seria capa de jornal quando escolas de um gueto inteiro não apenas alcançam, mas superam os padrões acadêmicos de escolas em comunidades mais ricas.

Existem de fato cadeias inteiras de “charter schools” (gestão privada com uso de recursos públicos) onde jovens negros e hispânicos obtêm notas bem acima da média nacional nos testes. Existem as KIPP (Knowledge IS Power Program) schools e as Success Academy Schools, por exemplo.

Somente 39% de todos os alunos nas escolas estaduais de Nova York que foram testados recentemente pontuaram no nível de “proficiência” em matemática, mas 100% dos estudantes na Crown Heights Success Academy school pontuaram nesse patamar em matemática. Negros e hispânicos correspondem a 90% dos alunos na Crown Heights Success Academy.

As Success Academy schools em geral ficaram no topo dos 2% em inglês e no topo dos 1% em matemática. Os estudantes hispânicos dessas escolas alcançaram o nível de “proficiência” em matemática quase duas vezes mais do que os estudantes hispânicos de escolas públicas comuns. Alunos negros nessas Success Academy schools alcançaram o nível de “proficiência” mais do que o dobro de vezes que os negros de escolas públicas comuns.

O que faz isso tudo ainda mais espantoso é que essas charter schools estão normalmente localizadas nos mesmos guetos ou bairros onde outros negros e hispânicos vêm fracassando miseravelmente nos mesmos testes. Mais ainda, as charter schools de sucesso são frequentemente abrigadas nos mesmos prédios que as escolas públicas fracassadas.

Em outras palavras, crianças de minorias da mesma vizinhança, indo à escola em salas lado a lado umas das outras, ou em andares diferentes, estão pontuando bem acima da média e bem abaixo da média nos mesmos testes.

Se o sucesso negro fosse considerado metade tão valioso quanto o fracasso negro, tais fatos seriam manchetes dos jornais – e as pessoas que tivessem o real interesse de ajudar negros e outras minorias em seus corações estariam perguntando: “Wow! Como podemos colocar mais crianças nessas charter schools?”

Muitos pais de minorias já perceberam isso. Mais de 43 mil famílias estão em listas de espera para colocar seus filhos em charter schools. Mas a admissão é por loteria, e muito mais gente tem que ser recusada do que aprovada.

Por quê? Porque os sindicatos de professores se opõem às charter schools – e eles dão muita grana aos políticos, que em troca colocam obstáculos e restrições na expansão das charter schools. Isso inclui políticos “progressistas” como o prefeito de Nova York Bill de Blasio, que posa de amigo dos negros ao denigrir a polícia, ficando ao lado de Al Sharpton.

O resultado líquido é que 90% dos estudantes de Nova York são ensinados em escolas públicas comuns que não têm nada perto do sucesso das charter schools administradas pelo KIPP e o Success Academy.

Isso faz sentido apenas político, porque eles ganham o dinheiro e o voto dos sindicatos de professores, para quem as escolas públicas existem para garantir empregos a seus membros, em vez de prover educação para as crianças.

Se você quer entender essa situação maluca e injusta, apenas siga o dinheiro e siga os votos…

O sucesso negro é uma ameaça aos impérios políticos e à toda visão social por trás desses impérios. Essa visão social possui políticos como Bill de Blasio e Hillary Clinton no papel de protetores e salvadores dos negros de seus inimigos que os ameaçam por todos os lados. Se os políticos podem promover paranoia, isso significa mais votos, aquilo que realmente lhes importa.

Essa mesma visão social permite à intelligentsia, seja na mídia ou na academia, colocar-se no lado dos anjos contra as forças do mal. Isso é algo temerário. E um monte de alunos fazendo testes não parece tão excitante na TV como uma legião marchando pelas ruas, cantando que querem “policiais mortos”. O sucesso negro tem muito pouco a oferecer a políticos ou à intelligentsia. Mas a vida e o futuro de crianças negras deveriam importar – e importariam, se os políticos e a intelligentsia fossem pessoas reais.

* Publicado originalmente no Townhall.com, tradução livre.

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