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(Socialistas) cada vez mais próximos de Hitler
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Vladimir Safatle é uma espécie de Vladimir Lenin tupiniquim, mas sem poder (para nossa sorte). Defensor do socialismo em pleno século XXI (acreditem!), ele exala forte cheiro de naftalina a quilômetros de distância intelectual (sinto aqui de cima o odor). Ler seus textos é quase uma tortura a que me submeto voluntariamente, para o espanto de meus amigos incrédulos, o que encaro como ossos do ofício. Preciso saber o que o outro lado “pensa”, ver quais são as ladainhas do momento. Mas na coluna de hoje o Vlad quase acerta. Ele faz uma ligação entre “estado de emergência” com o nazismo, para mostrar que a França tem abusado de certos direitos. Vejam:

Do ponto de vista jurídico, o nazifascismo tinha dois pilares fundamentais. O primeiro era a transformação do estado de emergência em modo normal de governo. O segundo era a possibilidade de espoliar legalmente sujeitos de toda sua condição de cidadãos.

Certas constituições preveem a decretação do estado de emergência em situações de guerra, insegurança nacional e catástrofes de várias naturezas. Sob estado de emergência, o governo pode suspender garantias legais, impor censura e tomar decisões por meios que não seriam aceitáveis em situações normais. Assim, o governo assume claramente a posição de poder soberano que está, ao mesmo tempo, dentro e fora da lei. Dentro, porque é o seu fundamento. Fora, porque pode suspendê-la.

Por exemplo, a constituição alemã da República de Weimar tinha o famoso artigo 48, que dava ao presidente do Reich poderes para decretar o estado de emergência em situações nas quais a “segurança e a ordem” estavam seriamente em perigo.

Claro, ele não chama o nazismo de “nacional-socialismo”, mas eis a ironia da coisa: Safatle está a descrever justamente todos os regimes socialistas existentes até hoje! Isso mesmo. Em todos eles os ditadores abusaram da prerrogativa de “estado de emergência” para destruir direitos e liberdades, para avançar com o estado cada vez mais nas vidas dos súditos. Em nome da “revolução” necessária, emergencial, o líder podia tudo, até matar à vontade, fuzilar no paredão, jogar “traidores” em campos de concentração.

Safatle não consegue fazer o elo entre o que descreve e as notícias que vêm da Venezuela socialista, cujo tiranete decretou faz pouco tempo o tal “estado de emergência” para poder expropriar ainda mais a propriedade alheia. Ou seja, a Venezuela do “socialismo do século XXI”, que encantou tantos esquerdistas bocós como Safatle, é o melhor exemplo de prática “nazifascista” que o “intelectual” condena.

Sem falar que ele se refere ao governo francês em seu texto, que ironicamente também é controlado por… socialistas! Hollande foi eleito com discurso socialista, bem ao gosto de Safatle e companhia. Era o homem da igualdade, o professor justo, que fez Verissimo ter quase orgasmos intelectuais em suas colunas. E é esse socialista que vem ignorando certos valores básicos para criar um clima de “estado de emergência” e justificar o avanço ainda mais de um estado obeso. Não é fofo?

Safatle, sem sequer se dar conta, alerta contra o perigo do “nazifascismo”, como se fosse algo lá da direita, bem distante do socialismo que ele prega, mas que no fundo, como ele mesmo acaba demonstrando, é apenas outro nome para a ideologia que ele aplaude. Socialistas são parecidos com nacional-socialistas e fascistas na prática, pois todos eles abominam as liberdades individuais, a economia de mercado, a propriedade privada, a democracia representativa, um estado com poderes limitados pela Constituição, o império de leis isonômicas. Essas são todas bandeiras… liberais.

Rodrigo Constantino

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