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Trinta milhões de "page views": obrigado!
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Caros leitores,

É com satisfação – mas não sem algum constrangimento – que chego ao final deste ano com 30 milhões de visualizações de páginas neste blog (mais de 80 mil visitas diárias, incluindo fins de semana). A satisfação tem motivo evidente: o blog é um sucesso de audiência. Mas por que o constrangimento? É que parte desse sucesso se deve ao fato de o PT ainda estar no poder. Ou seja, se o ano foi muito bom para mim, ele foi péssimo para o Brasil.

Eu adoraria estar falando aqui apenas sobre coisas mais elevadas (o que faço também, mas em menor escala do que gostaria), de conceitos filosóficos e econômicos, de propostas liberais para debatermos os detalhes e nuanças de qual é o melhor caminho para o país, dentro da solução capitalista de livre mercado. Mas isso (ainda) não é possível.

Precisamos perder tempo – e tempo é artigo escasso de luxo – atacando as estripulias do PT, rebatendo as velhas falácias marxistas, refutando o carcomido nacional-desenvolvimentismo já fracassado na era Geisel, mostrando o atraso da mentalidade intervencionista dos nossos “keynesianos de quermesse”, como diz Alexandre Schwarstman. E, claro, lembrando que corruptos safados só se transformam em “heróis nacionais” na cabeça de gente muito obtusa e sem caráter.

É muito triste viver em um país preso na armadilha do populismo e da ignorância. Sinto-me, às vezes, como um físico se sentiria tendo de explicar que a Terra não é quadrada. Mas alguém precisa fazer o trabalho sujo, não é mesmo? Para desespero dos petistas em particular e dos esquerdistas em geral, sou uma pessoa com paciência enorme, e não me importo de defender o óbvio, já que este é visto como algo extremamente radical e ousado por aqui.

Portanto, tenho motivos de sobra para celebrar o ano que se encerra, mas confesso lamentar um pouco o que isso significa em termos de Brasil. Acharia melhor ter menos audiência, mas não precisar explicar que o PT não é como os outros, “apenas corrupto”, e sim um ajuntamento mafioso com um projeto totalitário de poder.

Adoraria não ter de repetir que o socialismo fracassou em todos os lugares em todas as épocas, deixando um rastro de miséria e escravidão por onde passou, e que não passa de uma idealização da inveja, defendido por quem não suporta o sucesso alheio.

Mas estamos longe desse ideal. E enquanto houver marxistas e socialistas em geral idolatrados pelos “intelectuais”, professores que trocam o ensino pela doutrinação ideológica, partidos que pregam constantes ataques à propriedade privada e ao livre mercado, não poderei descansar muito. É meu dever moral combater esses coletivistas autoritários de todas as matizes. E é o que tenho feito aqui, com o fundamental apoio de todos vocês.

Aproveito para agradecer pela confiança da Abril e de todos os excelentes profissionais da Veja. Tenho orgulho de ter o blog hospedado aqui, ao lado de gente como Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Lauro Jardim, Ricardo Setti, Leandro Narloch, Geraldo Samor, Caio Blinder, Felipe Moura Brasil, entre outros. Divergências ideológicas à parte, são todos comprometidos com o bom debate, calcado em argumentos e de forma civilizada.

Agradeço também ao editor Carlos Graieb, que muito raramente resolve “puxar minha orelha”, e quando o faz é sempre por um bom motivo (o PT me faz ser uma pessoa pior, como já confessei aqui). E, finalmente, ao editor Eurípedes Alcântara, que coordena esse time de primeira que nos brinda toda semana com reportagens profundas e corajosas.

Que venha 2015! E que seja um ano ainda melhor para o blog, para os movimentos de resistência ao avanço do lulopetismo, a todos aqueles que defendem a democracia republicana, a liberdade individual, a economia de mercado, o império das leis. Para o Brasil como um todo e nossa economia, lamento dizer, mas 2015 não será nada bom…

Feliz Ano Novo!

Rodrigo Constantino

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