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Um governo a serviço de um partido de aloprados
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Já comentei aqui sobre a bizarra lista de prefeitos “dissidentes” do PMDB que um assessor do governo pediu ao partido. Trata-se de algo realmente absurdo, que os petistas tentaram minimizar, tratando como a coisa mais normal do mundo. Não é! É mais uma prova de que o PT confunde completamente os conceitos de estado, governo e partido, submetendo os dois primeiros aos interesses do último.

Foi esse o tema do editorial do Estadão hoje, que faz um alerta que merece toda a nossa atenção: o PT colocou toda a estrutura do estado a serviço dos interesses partidários. Isso é da maior gravidade, fere as práticas republicanas, transformando a coisa pública em “cosa nostra”. Seguem os principais trechos do editorial:

É grave a informação segundo a qual um funcionário da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República pretendia elaborar uma lista de prefeitos do PMDB do Rio de Janeiro que aderiram à candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB). Não se pode aceitar que um servidor público trabalhe na coleta de informações com o óbvio objetivo de municiar a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), ainda mais quando se trata de dados sobre dissidentes da coligação governista. O espantoso caso constitui mais um exemplo de como os petistas confundem seu partido com o governo – além de revelar as táticas pouco republicanas do PT contra aqueles que ousam desafiá-lo.

[…]

Tal articulação, do ponto de vista político, é legítima. Usar a máquina do Estado para fazer uma lista de dissidentes com propósitos obscuros não é. Lembra o modus operandi de regimes autoritários, que desqualificam, perseguem e criminalizam qualquer forma de oposição.

[…]

Práticas sorrateiras como essa, que visam a prejudicar a oposição, não são novidade na trajetória recente do PT. Na disputa pelo governo de São Paulo em 2006, dois emissários petistas foram flagrados num hotel com R$ 1,75 milhão, dinheirama que serviria para comprar um dossiê com informações que supostamente comprometeriam o então candidato tucano, José Serra. O escândalo atingiu vários petistas, inclusive alguns graúdos, como Ricardo Berzoini, à época presidente nacional do PT e coordenador da campanha à reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Lula qualificou esses companheiros de “aloprados”.

Berozini, não custa lembrar, foi não só “reabilitado” como se transformou em importante ministro de Dilma. O PT é assim mesmo: não considera tais práticas como condenáveis, pois julga que seus “nobres fins” justificam quaisquer meios, como todo partido “revolucionário”. Ainda que os fins, hoje, sejam apenas se perpetuar no poder.

É um partido que colocou a máquina estatal inteira a serviço de seus interesses. É um partido de “aloprados” que não demonstra respeito algum pela democracia republicana.

Rodrigo Constantino

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