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Um lugar silencioso – e assustador, repleto de monstros
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Estreia esta semana “Um lugar silencioso”, filme de terror em que o som é o vilão. Não vi ainda, mas li as críticas na Folha e vi o trailer:

Eis o resumo:

Nesse filme de terror dirigido e estrelado por John Krasinski, mais conhecido como o adorável Jim da versão americana de “The Office”, uma família tenta sobreviver sem fazer qualquer barulho, já que os monstros alienígenas que invadiram a Terra devoram qualquer coisa capaz de emitir mais que um decibel.

Mudos e num estado constante de pânico, o casal e seus  filhos no centro da trama usam a linguagem de sinais para conversar e só andam descalços pela velha fazenda onde foram parar na fuga de uma Nova York dominada pelos monstros ultrassensíveis.

[…]

Não por acaso, Krasinski diz que todo o horror que construiu é uma alegoria da paternidade, a ideia de que um dia os seus próprios filhos vão precisar se perder na “floresta profunda e escura” que é o mundo, com ou sem os monstros horríveis que criou.

“É um filme sobre a esperança”, resume Jupe. “E também sobre a ideia de que não existe a coragem sem medo.” 

Aqui temos outra sinopse:

O planeta foi invadido e quase todo mundo acabou devorado pelas criaturas primitivas que caíram na superfície. Os monstros são horríveis e letais, mas não têm visão nem olfato. Eles se guiam apenas pela audição. Ao escutar um mínimo ruído, partem para cima e já começam a mastigar.

Os sobreviventes aprendem e passam a evitar qualquer som. Entre eles, a família protagonista. O casal Lee e Evelyn Abbott é interpretado por Krasinski e Blunt, com um casal de filhos e outro ainda na barriga.
Eles moram numa fazenda, saqueando supermercados e lojas das cidadezinhas próximas desertas. E alguns monstrengos estão na área.

O pai faz trilhas cobertas de areia entre as casas da fazenda, para eliminar o barulho dos passos. Dentro de casa, marcas no chão indicam tábuas de assoalho que rangem e precisam ser evitadas.

Não sei se foi a intenção do diretor, e não importa, mas o filme é uma alegoria perfeita da vida dos conservadores no mundo pós-moderno, especialmente nas universidades e na mídia, tomadas por “progressistas”. Eles falam muito em diversidade, tolerância, amor e paz, mas só da boca para fora. Na prática, parecem monstros irascíveis que não suportam o menor som divergente, que logo partem para o ataque.

No mundo de hoje, “sair do armário” é algo que só exige coragem se for para se assumir um conservador, ou um eleitor de Trump. Aqueles que divergem da cartilha do politicamente correto precisam ou assumir riscos pessoais grandes, principalmente nas carreiras, ou optar por uma espiral de silêncio, sob a intimidação da patrulha organizada.

Um diretor de Hollywood pode desejar abertamente a morte do presidente Trump, que ninguém de seu meio se importa. E este está longe de ser um caso isolado! Militantes disfarçados de professores ou alunos podem impedir palestras de conservadores em universidades, locais que deveriam ser espaços para debates, que essa postura fascista não é condenada com veemência pelos que dizem defender a “liberdade de expressão”.

Se você for contra o aborto, defender o direito de ter armas, condenar a legalização das drogas e não achar lindo o “poliamor” nem cool a “ideologia de gênero”, então você é “devorado” por monstros terríveis, que te rotulam das piores coisas. Sua vida social pode correr sérios riscos, sua vida profissional pode até acabar, como tantos atestam por aí.

Nesse mundo pós-moderno dominado pela esquerda radical, nessa marcha das “minorias oprimidas”, o debate vem morrendo, a liberdade de expressão está em xeque, e muitos acabam escolhendo o silêncio voluntário para não serem atacados por monstros odientos.

Quando leio sobre um lugar silencioso, portanto, invadido por terríveis alienígenas que devoram suas presas ao menor som emitido, só posso pensar que estão falando das nossas universidades de hoje, da nossa imprensa, de Hollywood e do Projaquistão. Experimenta só falar alguma coisa a favor de Bolsonaro nesses meios, por mais baixinho que seja, para ver a reação. Os monstros vão te devorar vivo, e depois ainda vão arrotar que são justiceiros sociais combatendo fascistas!

Rodrigo Constantino

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