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(L-r) TOM HARDY as Bane and CHRISTIAN BALE as Batman in Warner Bros. Pictures’ and Legendary Pictures’ action thriller “THE DARK KNIGHT RISES,” a Warner Bros. Pictures release. TM and © DC Comics
(L-r) TOM HARDY as Bane and CHRISTIAN BALE as Batman in Warner Bros. Pictures’ and Legendary Pictures’ action thriller “THE DARK KNIGHT RISES,” a Warner Bros. Pictures release. TM and © DC Comics| Foto:

Fiz algo “insano” neste 25 de dezembro: longe do restante da família, resolvi ficar em casa o dia todo com mulher e filha “morgando”, aninhados no sofá entre uma parada e outra para o banquete remanescente da ceia de Natal. E como a cinéfila da minha filha nunca tinha visto a trilogia de Batman do Christopher Nolan, entre os melhores filmes de ação que existem, resolvi alugar os três de uma só vez!

São mais de 6 horas de muita ação, efeito especial e, acima de tudo, boa mensagem conservadora. Recomendo a quem não viu, ver, e a quem não leu, ler a análise que meu amigo Alexandre Borges fez do último, com o vilão Bane, uma espécie de Robespierre moderno (abaixo).

É o combate entre a retidão e as trevas, os defensores dos valores ocidentais contra os bárbaros, a elite que se sacrifica em prol do coletivo e os niilistas, agentes do caos, que desejam apenas destruir tudo, incitar a violência, mobilizar as massas para derrubar os pilares que sustentam a civilização.

Seria Sergio Moro o nosso “comissário Gordon”? E o Batman? Mais do que um herói, ele representa uma ideia, que não pode morrer. Gotham City está decadente, corrupta, dominada pelo crime. Diabo! Temos até uma quadrilha no poder! Mas não vamos desistir. Há muita gente boa por aí, querendo liberdade e paz, disposta a fazer a coisa certa, independentemente do relativismo moral vigente na sociedade.

Ainda há como endireitar o mundo. Enquanto os niilistas souberem que o Batman existe e está por aí, pronto para agir quando necessário, não haverá sossego para esses inimigos da civilização ocidental. Os niilistas usam a “pulsão de morte” a seu favor, mas o desejo de viver ainda é maior na maioria dos seres humanos. Assim como o desejo de ser correto, uma pessoa direita que rejeita o lado sinistro da coisa.

A política em “Batman”

Por Alexandre Borges

Muita especulação sobre a política neste filme, mas o caráter conservador e antirrevolucionário do roteiro é inquestionável, a quantidade de referências que reforçam a ideia não dão margem a dúvidas: Bruce Wayne é um conservador e Christopher Nolan mais ainda. Um resumo do que é a política em “Batman – The Dark Night Rises”:

A figura central é o herói, um bilionário, que não tem superpoderes. Seu dinheiro, sua inteligência, seu caráter incorruptível e seus valores morais são suas armas contra o mal. E o mal existe.

Os problemas começam com as empresas do herói não dando lucro, o que tem consequências inesperadas e danosas para os necessitados. Crianças em orfanatos ajudados pela Wayne Enterprises enfrentam dificuldades e isso faz com que jovens sejam mandados às ruas (e esgotos). É o lucro privado de Wayne que ajuda essas crianças, não o Estado. Sem lucro, sem filantropia, mais crianças abandonadas nas ruas.

O vilão Bane vem de um ambiente quase idêntico a uma visão ocidental (ou eurocêntrica, para usar um termo que a esquerda adora) de lugares inóspitos como o Afeganistão, com suas cavernas e desertos, seus ditadores que ordenam castigos cruéis e torturas até para os próprios familiares.

A vilã principal usa como plano para destruir o ocidente um discurso pseudo-ambientalista, contra energia fóssil e a favor de fontes de energia sustentáveis, uma ótima máscara, politicamente correta, para alguém com dinheiro e péssimas intenções.

Bane é um terrorista que quer espalhar o caos com bombas, mas enquanto o Coringa do filme anterior é um agente do caos isolado, Bane é ideológico, tem ideias, e é um “mobilizador” de massas, quase um populista. Bane cria uma espécie de revolução jacobina misturada com Occupy Wall Street, “99% contra 1%”, que é de um didatismo sem igual sobre como nascem e o que são essas revoluções na verdade.

Bane começa sua revolução abrindo as portas da “Bastilha”, cujos presos são chamados de oprimidos e convidados a se vingar dos “opressores”, na verdade pessoas comuns usadas como bodes expiatórios.

Os revolucionários invadem ambientes luxuosos como faziam os jacobinos, criam tribunais de exceção como os jacobinos e dão sentenças sumárias como eles. E o primeiro a morrer é o rico que ajudou Bane. Ele pede a ajuda de Bane no momento do julgamento, achando que por ter dado dinheiro a ele antes da revolução isso salvaria seu pescoço, como todo rico de miolo mole pensa ao dar dinheiro para revolucionários. Churchill dizia que é como alimentar o crocodilo achando que será devorado por último.

Os ocupantes da bolsa de valores são jovens barbudos com roupas de universitários, quase copiados do Occupy; é o Occupy Gotham City.

Todo discurso de Bane é baseado em guerra de classes e ódio contra os ricos. Ele se coloca como um libertador contra os opressores para que o “povo” tome conta da cidade. Ele finge que o povo terá o controle para dominá-los.

Gotham estava em paz pela “Dent Act”, uma lei de exceção eficiente, feita pelos bons, bem intencionada, mas baseada numa mentira. O comissário Gordon pensa em contar a verdade sobre quem era Harvey Dent, mas fica em conflito porque sabe que a mentira funcionou para unir a cidade no combate ao crime: “metade dos criminosos de Gottham estão na cadeia por causa dessa lei e a morte de Harvey não foi em vão”. É quase um toque de Nolan para seus amigos conservadores: “vocês estavam certos, mas da próxima vez não usem de justificativas falaciosas, vidas foram salvas por conta do combate firme e sem tons de cinza contra o mal, era o que se tinha que fazer, mas mentindo vocês vão macular sua autoridade moral, em algum momento isso será usado contra vocês.”

Os inocentes úteis revolucionários, a serviço dos vilões, quebram a bolsa de valores, batem e matam os ricos, saqueiam suas casas, e o resultado é uma sociedade caótica e que está a caminho da destruição. Quem continua ajudando a população, mesmo que ela não saiba, é o rico altruísta retratado por Bruce Wayne. Depois do movimento revolucionário, Gotham vira uma ilha que ninguém pode entrar ou sair, aterrorizada, sem liberdade e dominada por um pervertido ideológico e assassino, como Cuba.

A verdade sobre Harvey Dent cai nas mãos dos vilões e é usada para causar a desunião, dúvidas e divisões do lado dos heróis. Gordon leva um puxão de orelha do jovem policial idealista, reforçando as críticas de Nolan.

A cena do estádio é o 11 de setembro. Uma criança cantando o hino americano num momento de pura inocência é tocante, inspirador, é o “american way of life” retratado em todas as cores e sons, algo que toca até Bane. Mas logo embaixo da “superfície”, do que o povo sabe ou vê, está o perigo. O preço da ignorância sobre o mal é a própria morte.

Bane manda as pessoas voltarem às suas casas e depois “assumir o controle da cidade”. Ele planeja destruir a cidade, mas antes quer dar uma sensação ao povo de que aquilo era um ato libertador.

Bane declara publicamente que dá o detonador da bomba a um cidadão comum, mas é mentira, revolucionários não fazem isso, são sempre eles, os vilões, que estão no controle.

O lado “do bem” é representado, além do bilionário moral, pela a polícia e pelas forças armadas do país, as forças da ordem, e não pelo prefeito e pelo presidente, políticos que fazem concessões demais ao populismo. O vilão é o estrangeiro anti-americano criado no deserto que quer fazer atentados terroristas e espalhar morte e terror nos EUA.

Os “cavaleiros das sombras” querem “reequilibrar o mundo” destruindo o ocidente como todo esquerdista anti-americano. O grupo não é assaltante, é ideológico. Alfred diz sobre Bane: “ele não é um bandido comum, vejo crença nele”.

Bane diz ao cientista russo que, pelo bem dos filhos dele, seu plano tem que dar certo. Seu plano terrorista para destruir os EUA beneficiaria a próxima geração de russos.

O presidente não negocia com terroristas, mas também não os confronta diretamente, ele acaba aceitando os termos dos terroristas mesmo sem reconhecer isso publicamente, uma crítica mitigada ao poder constituído que não combate o terror.

Batman é finalmente convencido de que ele precisa fazer uma guerra para vencer o mal, ele usa essa palavra literalmente. O Batman que não mata e não usa armas morreu, nasce o Batman que mata e faz guerras para combater terroristas e o mal.

A Mulher-Gato tem sentimentos e dúvidas morais que acabam com sua ideia inicial sobre ser “Robin Hood” e ela se redime, inclusive casando com Batman no final. Ela é a americana revolucionária que, ao perceber no que dá se envolver com isso, cai na real e volta atrás, se juntado aos que defendem seu país.

E você, que chegou a defender o PT, que cuspiu nos valores que sustentam nossa civilização, que justificou até o terrorismo islâmico culpando o Ocidente, que flertou com o socialismo por deixar a inveja falar mais alto: não acha que está na hora de mudar, de abandonar essa cumplicidade com o caos e se endireitar, ajudando na luta contra as trevas? Não há época melhor para isso do que mergulhado nesse espírito natalino à sua volta…

Rodrigo Constantino

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