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Uma casa muito engraçada
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“Era uma casa / Muito engraçada / Não tinha teto / Não tinha nada
Ninguém podia / Entrar nela, não / Porque na casa / Não tinha chão
Ninguém podia / Dormir na rede / Porque na casa / Não tinha parede
Ninguém podia / Fazer pipi / Porque penico / Não tinha ali”

A letra de Vinícius de Moraes me veio imediatamente à memória assim que li a notícia no GLOBO de hoje sobre os vários casos de desleixo e abandono no projeto Minha Casa, Minha Vida, do governo Dilma:

O conjunto azulado se destaca na paisagem pastoril. Ao fundo, um morro foi escavado para aterrar brejos, nascentes e córregos da reserva biológica Poço das Antas, que fluíam para o Rio São João, essencial ao abastecimento de água de meio milhão de pessoas no litoral fluminense.

O projeto é do ano eleitoral de 2010. Previa 66 casas para famílias pobres, com renda até R$ 1,6 mil mensais. Existem apenas 23, em paredes de plástico pré-moldado. Não possuem teto, não há rua, rede de água, esgoto ou energia. Estão abandonadas no meio do matagal.

Quatro anos e duas eleições presidenciais depois, mato e prejuízos emolduram o programa habitacional conhecido como Minha Casa Minha Vida em Silva Jardim, a 130 quilômetros do Rio.

Não é caso isolado. Atrasos e deficiências caracterizam obras em cinco mil municípios com menos de 50 mil habitantes, informa a Controladoria-Geral da União (CGU), vinculada à Presidência da República, em auditoria concluída no mês passado.

O governo petista, como todos já perceberam, é o governo da propaganda enganosa, do estelionato eleitoral, do marketing pérfido. Tudo é pelas aparências. Um terço das casas prometidas entre 2009 e 2010 não foi entregue. Já de 2012 a abril de 2014, durante o governo Dilma, nada menos do que 83% das obras sequer foram iniciadas, segundo a CGU.

Grigori Potemkin foi um oficial russo que construiu falsas fachadas para impressionar Catarina II durante uma visita a Crimeia. Os soviéticos e demais comunistas usaram a mesma estratégia para encantar os progressistas ocidentais, loucos de vontade de enxergar apenas coisas maravilhosas para alimentar sua utopia.

Os petistas, herdeiros intelectuais do socialismo, adotam a mesma tática. Tudo é voltado para a imagem, não para os resultados efetivos na vida dos mais pobres. Estes são usados como mascotes apenas, para que o PT seja visto como o “partido dos pobres”. Os “intelectuais” das elites adoram essa ilusão, e como gostam de se enganar!

Eis o que o Minha Casa, Minha Vida fez até agora: vilas Potemkin! Casas muito “engraçadas”, que não têm teto, pinico, parede, nada! Os petistas morrem de rir. Só não é tão engraçado assim para as famílias pobres que acreditaram nas promessas populistas do PT. As suas “casas” não foram feitas com muito esmero, mas se encontram lá, na Rua dos Bobos, número Zero.

Rodrigo Constantino

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