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Uma luz na escuridão: epílogo
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Como os leitores devem ter notado, publiquei várias resenhas em ordem cronológica contidas em Uma luz na escuridão, meu livro de 2008. Abaixo, segue o epílogo do livro com a bibliografia, que fica como referência e também sugestão de leitura.

Epílogo

Esse livro tinha como objetivo principal contribuir na divulgação do que entendo como as principais idéias liberais, ou que defendem a liberdade individual. Acredito que as idéias podem mudar o destino do mundo, pois parto da premissa de que o livre-arbítrio dos homens existe. Estimular um debate sobre idéias de organização política e econômica, portanto, passa a ser uma meta importante para todos aqueles que apreciam a verdadeira liberdade.

A grande quantidade de pensadores pesquisados aqui, assim como a enorme diferença entre eles, em vários aspectos enriquece esse debate. Observando o pensamento de grandes figuras em diferentes fases da história, podemos tentar filtrar o essencial de cada um, válido para qualquer época. A heterogeneidade dos campos desses pensadores também ajuda na compreensão daquilo que realmente importa na defesa da liberdade. Temos filósofos, economistas, cientistas, novelistas, enfim, toda uma gama de abordagens distintas, mas que convergem em alguns pontos cruciais. Achar esses denominadores comuns é um dos pontos-chave, em minha opinião. O que pessoas tão diferentes têm em comum? Existem ateus e religiosos na lista de autores analisados, assim como anarco-capitalistas e conservadores, libertários e social-democratas, enfim, pensadores com perspectivas bem diferentes entre si em vários pontos. Mas o que podemos extrair de comum dessa lista toda?

Se não falhei em minhas interpretações, considero o grande ponto de interseção desses pensadores a defesa de um máximo possível de liberdade individual. Ou seja, o ponto de partida deles era sempre o indivíduo. Em outras palavras ainda, esses autores combatiam as diferentes formas de coletivismo, que colocam o indivíduo como um simples meio sacrificável para o “bem geral”. Claro que o método defendido para tal finalidade, i.e, a garantia da liberdade individual, varia bastante. Uns confiam menos numa ordem espontânea e pregam mais autoridade centralizada, enquanto outros chegam a condenar a própria existência do Estado. Não há – nem pode haver – uma unanimidade sobre esta questão complicada.

Até que ponto o convívio social exige o sacrifício de parte das liberdades individuais? Quanto cada um deve ceder de seus interesses egoístas para tornar a vida em sociedade possível? Não são questões fáceis, mas esses diferentes pensadores buscaram, ao menos, defender o máximo possível da individualidade de cada um. O maior inimigo dessa liberdade individual parece ser consensual: a concentração de poder, basicamente no Estado. O coletivismo trata o indivíduo como membro de um rebanho, como súdito da autoridade, em vez de olhar a autoridade como serva dos indivíduos.

A resposta para a melhor organização política desejável não foi encontrada de forma definitiva. Talvez nunca seja. Por isso mesmo é fundamental o eterno debate de idéias, com foco nos argumentos e respeito à lógica. As idéias iluminam o obscurantismo da crença dogmática. Questionar é necessário. Buscar conhecimento com honestidade intelectual, ou seja, confrontando as convicções com contra-argumentos, deve ser um objetivo de todos que desejam mais na vida do que seguir cegamente um curso, de forma irrefletida. O mercado de idéias é concorrido. O consumidor precisa estar preparado para não cair nas mãos de charlatões. Ele precisa estar atento contra as falsas idéias que vendem falso conforto. A angústia do saber é melhor que a “certeza” na ignorância.

Os indivíduos nascem livres. Até certo ponto, precisam contemporizar para que a vida em comunidade seja tolerável. Qual é este ponto? Esse livro, ainda que tenha abordado vários temas distintos, tenta esboçar uma resposta para essa complexa pergunta. Diferentes pensadores, com diferentes formações e em diferentes épocas buscaram respostas para este tipo de questão. Fazendo resenhas de vários livros deles, espero ter colaborado de alguma forma para o debate. Entretanto, gostaria de repetir que tais resumos não substituem, de maneira alguma, os trabalhos originais. Beber direto da fonte é sempre melhor. Portanto, se o resultado da leitura deste livro for o estímulo despertado para que o leitor vá ler alguns desses autores, eu já estarei satisfeito.

Os argumentos em defesa da liberdade individual são mais sólidos do que qualquer apelo coletivista. Basta querer refletir de verdade sobre as questões. E a leitura desses autores, com diversos argumentos por focos distintos, é extremamente poderosa para derrubar de vez os mitos coletivistas. Suas idéias são como uma luz na escuridão.

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