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O Brasil vive numa distopia surrealista, em que, por meio de uma manobra na Câmara, juízes, policiais e procuradores podem ficar em quarentena de cinco anos sem disputar eleição, mas ladrões corruptos podem ser candidatos com o apoio da imprensa. Tudo está invertido em nosso país: os marginais tomaram conta de vez e dobraram a aposta, ignorando o clamor popular do lado de fora da bolha.

O Senado, sob mensalão, aprovou imediatamente Dias Toffoli, o advogado de Dirceu que fracassou em duas tentativas de ser juiz. André Mendonça tem bom trânsito no Congresso, é um nome neutro, que nem agradou muito as bases bolsonaristas, e mesmo assim está sendo boicotado. E a imprensa trata com naturalidade as chantagens de Alcolumbre e companhia. Nunca antes na história deste país...

Os donos do poder não dão a mínima para o povo! Aliás, fazem o contrário: perseguem quem ousa criticar tanto descalabro. O corregedor do TSE, por exemplo, quer investigar "quem pagou" pelos atos patrióticos do dia 7 de setembro, cujo bordão mais repetido era "eu vim de graça". O jornalista Alexandre Garcia comentou: Tem gente que é prostituto da intelectualidade. Que pensa que os outros se vendem, ou vendem sua opinião. Inclusive acusam outros disso, porque na hora que acusam, estão confessando: “eu sou assim”.

Soltura de Lula e, em seguida, sua elegibilidade por meio de aberrações jurídicas do Supremo; soltura de bandidos perigosos como André do RAP, do PCC; decisões bizarras para afastar policiais da eleição, pois sabem que se trata de uma base importante da direita bolsonarista; conchavos nos "bastidores" para impedir a escolha do presidente para o STF; censura aos conservadores nas redes sociais, com derrubada de MP do governo Bolsonaro que impediria tal perseguição; prisão de jornalista, deputado com imunidade parlamentar e presidente de partido bolsonaristas pelo "crime de opinião"; tudo isso e muito mais com aplausos da imprensa!

E nossos militantes disfarçados de jornalistas ainda repetem que nossas instituições estão funcionando perfeitamente. O editorial do Estadão diz que a "suspensão da abusiva medida provisória que alterava o Marco Civil da Internet é manifestação de que a Constituição está funcionando na proteção dos cidadãos". Oi? Enquanto isso, tanto Ron DeSantis como Greg Abbott, governadores da Flórida e do Texas, aprovaram medidas para impedir a censura nas redes sociais.

As nossas instituições estão funcionando sim… para manter o povo de fora e preservar esquemas podres e privilégios da casta corrupta no andar de cima. Só se for isso!

Para piorar, o ex-ministro supremo Ayres Britto, em entrevista no Roda Viva, solta uma pérola que ilustra bem a mentalidade dessa turma: ele disse que, ao contrário da iniciativa privada, que vê quanto arrecada para saber quanto pode gastar, o setor público observa quanto precisa (ou deseja) gastar e aí parte para a arrecadação. É a típica mentalidade de abundância de recursos de quem fugiu da primeira aula de economia sobre escassez. É como se os recursos públicos brotassem do solo ou caíssem do céu.

Em linguagem clara e direta, o povo que trabalhe para bancar as lagostas supremas! E não ouse reclamar, pois poderá acabar preso! É ou não uma distopia de causar inveja em Orwell e Huxley?

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