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Crise na família real britânica é sintoma dos tempos modernos
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Só se fala da crise na família real britânica, após a decisão de Harry e Meghan de abandonar a realeza para viver de forma independente. Não fosse a crise no Irã e esse assunto teria ainda mais repercussão. Claro que parte é pela fofoca sobre os famosos, que sempre atrai uma multidão. Mas acho que há algo mais essencial aqui, que não pode ser ignorado.

"Meghan e Harry não foram criticados por causa de sua cor, mas porque ela é uma alpinista social egoísta e ele é um fraco chorão - e, ao usar essa cartada racial desprezível, eles rotularam grosseiramente toda a Grã-Bretanha", resumiu o jornalista Piers Morgan.

Bruno Garschagen, conservador e monarquista, comentou em várias postagens sobre o caso também, como nessa:

O fato é que conservadores entendem melhor a importância dos deveres, enquanto "liberais" acham muitas vezes que só nossos desejos importam. Ser membro da família real tem vários bônus, mas também tem ônus. É como uma profissão, e que precisa ser bem exercida para funcionar como poder moderador e gerar estabilidade política e social.

Kate Middleton, casada com o príncipe William, parece ter compreendido muito melhor esse papel, sem falar da rainha Elizabeth. Já Meghan, com seu feminismo radical, parece querer os louros da realeza, sem pagar o custo disso. Ela simboliza a visão moderna egoísta e hedonista, que coloca interesses pessoais acima de tudo, sem qualquer compromisso com o coletivo, com as tradições, com o passado. "Eu quero" parece ser a única tônica dessa turma, e dane-se o resto!

Quando escrevi sobre a série "The Crown", destaquei justamente a importância desse legado. E resgato esse trecho que vem bem a calhar agora:

Os pobres de espírito poderão argumentar que a história não é condizente com os fatos, que de perto a família real do Reino Unido não é tão fascinante assim. Pobrezinhos. Não entenderam que a imaginação moral é mais importante ainda do que o puro relato factual, que os símbolos devem ser preservados, que um dos principais papéis da arte é justamente o de superar a vida. Ninguém precisa acreditar nos pormenores relatados na série para capturar sua essência, o que representa a monarquia britânica, as tradições que ela sustenta, a importância dos mitos como cola do tecido social.

Se tamanha complexidade puder ser resumida em uma expressão, eis o que, arrisco dizer, essa fantástica série transmite: o fardo das elites. Sim, os idiotas podem, de longe, enxergar apenas as maravilhas das quais desfrutam os reis e rainhas, os aristocratas, os ricos e poderosos, os líderes em geral. Mas, por trás de toda a fantasia e aparências, jaz a responsabilidade de decidir, de fazer escolhas difíceis, de enormes sacrifícios pessoais em nome de algo maior.

Falta ao casal essa visão de mundo, ele que teve o nome citado até no escândalo de Jeffrey Epstein e já se envolveu em várias polêmicas, entre elas usar uma suástica numa festa à fantasia. Ela é uma feminista sem capacidade de apreender a importância da família que a recebeu, e piora tudo quando banca a vítima. Esse caso foi tema do Jornal da Manhã também, e comentei:

"A Monarquia e os súditos não sentirão falta deles. Ao contrário: ficarão aliviados. A Monarquia agradece", desabafou Garschagen. Concordo com ele. E apenas acrescento: God save the Queen!

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