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Armínio Fraga: Brasil está em uma encruzilhada
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Armínio Fraga foi o primeiro palestrante do painel de macroeconomia no evento do Ibmec, organizado em parceria com o Instituto Millenium e Instituto Liberal. Afirmou que houve uma mudança importante na política monetária durante a segunda fase do governo Lula.

Reconheceu que o então presidente Lula soube preservar os pilares importantes, da conquista da inflação, chamando inclusive pessoas como Henrique Meirelles para cargos importantes. Em algum momento, algo começou a ratear, e a partir do segundo mandato de Lula, o Brasil deu uma guinada na direção de uma economia mais fechada, ocorreram mudanças na política externa, mais voltada para o terceiro mundo, e medidas mais direcionadas com base no crédito estatal.

Isso tudo favoreceu mais a demanda do que o investimento. Como resultado, a inflação tem rodado a 6% ao ano por muito tempo, a despeito de métodos mais “diretos” de controle de alguns preços, métodos esses incapazes de entregar bons resultados. Sem isso, estaria mais perto de 7%, que é um patamar muito elevado, que assusta.

Esse modelo nos remete ao período da década de 1970, talvez com menos ênfase em investimentos, mas com forte presença estatal na economia. Já vimos esse filme e o resultado não é bom. Se o curso não mudar, teremos problemas à frente. Precisamos de mais oferta. Faltou planejamento. Faltou foco em eficiência em geral.

Temos um governo pró-empresa, mas não pró-mercado. Precisamos de mais estímulos à livre concorrência. Armínio afirmou que todos gostariam de ter acesso à taxa subsidiada do BNDES, mas isso não é possível. É preciso uma política monetária séria para permitir juros menores para todos.

Por fim, Armínio disse que vê o Brasil em uma grande encruzilhada, mas que não demanda nenhuma solução mágica. É o “feijão com arroz” mesmo. Por isso ele não é tão pessimista.

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