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Brasileiro não sabe fazer conta e isso explica muita coisa
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Deu na Veja: Brasil vai mal em prova que avalia capacidade de solucionar problemas práticos:

Embora tenha exibido evolução, em número de pontos, na avaliação de matemática do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) entre 2003 e 2012, o Brasil fez feio no ranking que avalia a capacidade dos alunos de resolver problemas matemáticos aplicados à vida real. Com 428 pontos, o país ocupa a 38ª colocação entre os 44 países avaliados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para se ter uma ideia, Cingapura, que lidera a lista, soma 562 pontos.

Os estudantes brasileiros ficaram ainda muito abaixo da média da OCDE quando avaliado o desempenho na solução de problemas mais complexos, do nível 5: apenas 2% dos alunos brasileiros foram capazes de equacionar tais questões, que exigiam dos estudantes a completa compreensão da estrutura subjacente a um problema de complexidade moderada – o que indica que o aluno é capaz de pensar além, detectar dificuldades inesperadas ou erros e ajustar seus planos de acordo com as mudanças. Na média dos países da OCDE, 11,4% dos estudantes foram proficientes no nível 5. Em Cingapura, Coreia do Sul e Japão, ao menos um em cada cinco estudantes foi capaz de executar tarefas no nível 5.

Por que os asiáticos despontam tanto em matemática? Há teses ligadas à cultura, outras, como de Malcolm Gladwell, dizem que se deve às colheitas de arroz que ensinaram paciência a eles, fundamental na resolução de problemas práticos de matemática, e outras mais simples que falam de maciço investimento em educação básica com foco na meritocracia.

Já no caso brasileiro, creio que possamos levantar a tese de que o foco prioritário nas últimas décadas, com a hegemonia da esquerda nas escolas, tem sido voltado para as áreas humanas (“herança maldita” de Paulo Freire). Nossos alunos sofrem doutrinação marxista, “aprendem” um monte de bobagem de história e sociologia, e saem das escolas sem saber fazer conta direito.

É uma lástima esse fraco desempenho nas áreas exatas. Matemática é fundamental, desenvolve o raciocínio lógico, ajuda na solução de problemas práticos. Mas são os doutrinadores das áreas humanas que gozam de maior prestígio e poder. Ao aluno é ensinado que o homem branco era malvado e imperialista, que o capitalismo é exploração, que o índio era um bom selvagem, etc. Mas resolver equação matemática, nem pensar!

Isso explica muita coisa. Como, por exemplo, o fato de que tantos eleitores não conseguem juntar “lé com cré” e compreender que recursos são escassos, que o governo, para gastar, antes precisa tirar de quem produz riqueza, que o conceito de escassez é fundamental para a economia, que os gastos públicos crescentes reduzem a poupança doméstica e, por tabela, os investimentos que geram maior produtividade, etc.

Em suma, um país de pessoas incapazes de fazer conta e resolver problemas práticos é um prato cheio para a esquerda populista e demagógica, que faz promessas irrealistas nas campanhas eleitorais sem se preocupar com “detalhes” como as contas públicas. Até quando vamos priorizar a sociologia e negligenciar a matemática?

Rodrigo Constantino

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