Todo mundo coloca, com razão, as esperanças no futuro do país na educação. O problema não está nisso, mas na forma que alguns defendem para implementar esse avanço educacional. Como já escrevi aqui, educação por si só não é uma panaceia, e jogar mais recursos públicos num modelo fracassado de nada vai adiantar.
O governo petista usou o crédito estudantil como a grande alavanca para ter mais gente matriculada. Durante algum tempo, isso pareceu uma medida sensata. O governo divulgava os índices com estardalhaço. Muitos alunos novos matriculados, isso parecia perfeito. O diabo estava nos detalhes: o crédito subsidiado saiu de controle, alunos sem qualificação alguma foram matriculados, e os empresários do setor soltavam fogos de artifício achando que a farra duraria para sempre.
Ledo engano. Geraldo Samor, colunista de Mercado da Veja.com, escreveu um texto mostrando que a Pátria, em vez de educadora, é enroladora sob o PT. O setor está todo desorganizado, ninguém sabe o que vai acontecer, e alunos perdem suas matrículas, entrando em desespero. O governo culpou a iniciativa privada pela confusão que criou. O Fies era um “sucesso” temporário; com o tempo as falhas vieram à tona. A bolha estourou:
Entre um terço e metade dos alunos das principais empresas de ensino com ações em bolsa usa o Fies. Os empréstimos do governo para tal fim saíram de pouco mais de R$ 1 bilhão para mais de R$ 20 bilhões. Alguém acha que o critério foi econômico, levando-se em conta a capacidade de pagamento no futuro? Alguém acha que o critério foi técnico, levando-se em conta a qualidade dos alunos matriculados?
Claro que não. O critério foi o de sempre quando populistas se apropriam do estado: político-eleitoral. Ou seja, o governo petista foi liberando verbas de olho nas eleições. Enquanto isso, as empresas celebravam e os alunos também, mas faltavam pilares sólidos para sustentar o programa. Qual a solução?
Parece repetitivo e ideológico, mas não é: o mercado! O PT desconfia demais do funcionamento do livre mercado, ou seja, das trocas voluntárias. Acha que o dirigismo estatal é sempre o caminho, como se políticos e burocratas fossem clarividentes e abnegados. Não são nem uma coisa, nem outra. E costumam atrapalhar mais do que ajudar.
Uma reportagem de hoje no Valor mostra como o mercado de crédito estudantil privado está ressurgindo agora que o Fies está com problemas. Antes, era impossível para a iniciativa privada competir no mercado, pois o governo afastava a concorrência com seus subsídios. É o mesmo que ocorre no caso do BNDES para empréstimos de longo prazo para infraestrutura.
Aqueles que repetem que é preciso a mão estatal pois a iniciativa privada não vem ignoram que ela não vem porque o governo se intromete de forma desleal. Agora que o governo está sendo obrigado a recuar, após deixar claro que foi incompetente e populista na concessão de empréstimos, os bancos privados podem finalmente avaliar caso a caso e conceder empréstimos para aqueles alunos que realmente apresentam as qualificações adequadas.
Educação é algo importante demais para ficar sob o controle do governo!
Rodrigo Constantino
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