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O esforço hercúleo de Dilma para preservar o mito de gestora eficiente
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Em artigo publicado hoje no Estadão, João Mellão Neto argumenta que a crise envolvendo a Petrobras é a mais grave enfrentada pela presidente Dilma. O escândalo da compra da refinaria em Pasadena expõe a incompetência de sua gestão, na melhor das hipóteses. O ex-deputado escreve:

Esta talvez seja a pior crise por que passa o governo Dilma. Ao menos, é a mais grave. Ou ela encontra uma saída plausível, ou minimamente verossímil, ou sua propalada reputação despencará em queda livre. Com certeza, é a sua crise mais desgastante em termos de imagem. Isso sinalizou à Nação que ela não é tão infalível, como afirma ser.

Essa é também a grande chance que os oposicionistas sempre esperaram e agora lhes cai no colo, sem mais nem por quê. Quem souber se aproveitar disso acabará por herdar o Palácio do Planalto. Quanto aos outros, haverão de continuar pagando “placê”.

Não é à toa que a presidente se mostra irascível e irritadiça. Ela cultuou pela vida toda a imagem de boa de tiro e agora, por um lapso de estratégia, assiste ao desmoronamento de toda a sua fama e reputação. Dona Dilma, que se manteve inabalável durante três anos e meio de mandato, sofre um desgaste que nunca lhe ocorreu que pudesse vir a enfrentar. Para reduzir os danos à sua imagem, terá de negociar muito com o Congresso Nacional e isso implica ouvir todo tipo de sugestões e propostas indecorosas. Tudo isso sem jamais perder a calma ou a paciência. Ela terá também de estar disposta a ceder cargos indispensáveis, negociar o inegociável e transigir com o intransigível. Há de ter em conta que tudo é necessário para se manter no cargo com um mínimo de dignidade.

A pergunta que não quer calar diz respeito à sua capacidade de resistir e virar o jogo. A palavra para isso é resiliência. E ninguém sabe se ela a tem, até que seja posta à prova.

Em seguida, João Mellão faz um paralelo com a história de Hércules, da mitologia grega, que teve de passar por duros testes para provar que ainda era digno de confiança. Dilma, segundo o autor, terá agora que passar por teste semelhante, empreender um esforço hercúleo para resgatar a imagem de boa gestora. Mellão, porém, mantém a esperança de que a presidente não terá êxito e o povo brasileiro poderá ficar livre do PT de uma vez por todas:

Quanto a Dilma Rousseff, o maior problema agora é a exiguidade de tempo. Ela deve à Nação, no mínimo, US$ 1,18 bilhão. Se Dilma for capaz de vencer todas as barreiras, bem poderá ser ungida novamente. Se não for, é de prever a extinção do PT da face da Terra. Com tudo o que ele representa de ruim: fanatismo, radicalismo, tumultos, pancadaria e muito mais. Finalmente os mansos herdarão a Terra. E tudo será como deve ser. Ou, ao menos, como deveria ser. Que tal desarmarmos nossos espíritos e imaginar um Paraíso despojado dessa gente belicosa, onde haja paz e concórdia sem essas ideias de luta de classes e beligerância?

Pensando bem, até que não seria uma ideia de todo ruim…

Não seria tão ruim? Seria fantástico! Não seria um Paraíso, por certo, pois ainda estamos falando de Brasil, de alternativas como PSB e PSDB, let alone o próprio PMDB, que “sempre” estará presente no governo . Mas só de eliminar do poder essa máfia chamada PT, com suas inclinações bolivarianas, já seria um avanço e tanto.

Oxalá João Mellão esteja certo em sua análise, que me parece um tanto otimista. Mas o recado à oposição está claro: é hora de união organizada contra aqueles que ainda sonham em transformar o Brasil em uma nova Venezuela, e o escândalo na Petrobras é uma importante arma nessa batalha, pois o povo poderá compreender o que o PT fez com a maior empresa nacional, até então orgulho de muita gente.

Rodrigo Constantino

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