Amarildo virou o grande símbolo dos artistas contra a “policía fascista”. Ninguém quis saber se o ajudante de pedreiro era bandido ou não. Claro, mesmo que fosse – e tudo indica que sim – nada justifica ele ter simplesmente desaparecido da forma que aconteceu. Os policiais envolvidos deviam ser investigados e punidos. Apenas chamo a atenção para o fato de que nossos ilustres artistas e “intelectuais” fizeram vista grossa para esse “detalhe”, pois seria prejudicial à narrativa de vitimização.
Depois, chegaram a realizar um jantar em homenagem a Amarildo, sendo que quase todo o dinheiro arrecadado foi, na verdade, para a ONG do advogado amigo da turma. O dinheiro sumiu! A viúva de Amarildo e seus filhos não viram a cor das notas, não receberam quase nada. Cheguei a escrever um artigo no GLOBO alegando que a esquerda caviar não ligava para Amarildo, aquele de carne e osso, desejando apenas um mascote, um símbolo para sua luta contra o “sistema” que garante suas mordomias capitalistas.
Pois bem: agora está circulando um vídeo em que a viúva de Amarildo, nitidamente sob efeito de drogas, ameaça policiais na Rocinha. Vejam:
httpv://youtu.be/iq_J4QfK7r4
Será que Paula Lavigne não poderia contratá-la para trabalhar em sua casa? Seria uma forma mais eficaz de ajudá-la, não é mesmo? É fácil amar a Humanidade, uma abstração; mais difícil, como sabia Nelson Rodrigues, é amar o próximo, de carne e osso. Pergunto: os artistas vão ajudar a viúva de Amarildo, esta senhora que aparece no vídeo xingando policiais? Ela parece precisar, mais até do que do dinheiro que foi parar na ONG do colega dos artistas…
Rodrigo Constantino
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