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Uma sugestão de fábula para Esopo
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A Polícia Federal chamou de Operação Esopo (adoro esses nomes) aquela que levou à prisão de 22 pessoas ligadas a esquema de corrupção no Ministério do Trabalho. A pasta é recorrente no noticiário do crime. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, caiu por conta disso. Voltou com tudo, como podemos notar.

O editorial do GLOBO hoje acerta o tom:

Creditam-se ao grego Esopo histórias infantis de cunho moral — uma delas, a da cigarra trabalhadeira e da formiga esbanjadora, sem preocupação com a proximidade do inverno. Nos últimos tempos, no ministério do mesmo nome, trabalho mesmo, viu-se pouco. Tudo esteve mais para o descuido da formiga com o dinheiro público. História da carochinha quem contou foi o governo Dilma, quando afastou Lupi em nome de uma pretensa moralização. O noticiário da posse de Manoel Dias, em março, no lugar que fora do ministro, a quem é muito ligado, prenunciava o que aconteceu mais uma vez.

[…]

O esquema, estimam a CGU e a PF, pode ter tragado dos cofres públicos R$ 400 milhões. Ontem, havia 22 pessoas presas. Existe, ainda, uma conexão da IMDC com a Federação das Indústrias de Minas (Fiemg) e o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), autarquia do governo do estado. Não falta sequer conexão com uma mensaleira condenada, Simone Vasconcelos, diretora da SMP&B, agência de Marcos Valério. Simone forneceria notas fiscais para lavar dinheiro do IMDC.

A origem de tudo é a política fisiológica de montagem de equipes de governo, seguida desde o primeiro governo Lula. Dilma, no início do mandato, pareceu corrigir rumos. Mas só parece, como se nota.

Fica aqui, então, minha sugestão de uma nova fábula para Esopo (ou melhor, algum seguidor seu):

Era uma vez uma guerrilheira comunista que chegou ao importante ministério de Minas e Energia em um país tropical. Antes disso, sua experiência fora a gestão de uma loja que vendia produtos a R$ 1,99. Faliu. Tampouco a gestão no ministério foi muito melhor. Não havia nada de concreto para mostrar.

Ainda assim, a ex-guerrilheira foi a escolhida para concorrer à presidência da República desse grande país. Uma espécie de “poste”, diziam. Mas o poste venceu! E, logo no começo de seu governo, foi reconhecida – acredite se quiser – por sua incrível capacidade de… gestão!

Quando o engodo ficou evidente, a “presidenta” se saiu com nova embalagem: a de faxineira ética. Não toleraria “malfeitos”. A imprensa ia descobrindo escândalos, os ministros acabavam tendo que renunciar pela pressão pública, e a chefona é que ficava com a imagem de intolerante com a corrupção, não se sabe ao certo como (talvez tivesse poderes mágicos de hipnose coletiva).

Fato é que essa máscara também caiu. Pouco tempo depois, os “malfeitores” estavam de volta como ratos magros em torno do queijo. E que queijo! Os escândalos, que jamais cessaram, começaram a aumentar de tamanho e de frequência. A incrível gestora e implacável faxineira ética não tinha absolutamente mais nada para mostrar.

Mas o povo, ainda assim, reelegeu o “poste” para outros quatro anos, na esperança de que tudo seria melhor dali em diante.

Moral da história: Einstein estava certo e a estupidez humana tende ao infinito, com mais certeza que o universo. A história, claro, não precisa ter esse fim. Ainda há tempo para mudar o final, e alterar a moral da história. Com a palavra, Esopo; ou melhor, o povo brasileiro.

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