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Uruguai recorre a congelamento de preços: é este o queridinho da “The Economist” e também das esquerdas?
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O Uruguai caiu nas graças do mundo. A revista britânica “The Economist” teceu vários elogios ao país, e as esquerdas mundiais celebram a legalização (e estatização) da maconha. Mas eis que o governo de Mujica acaba de anunciar o congelamento de preços para combater uma inflação que acumula alta de quase 10% em 12 meses.

“Pepe” Mujuca segue, assim, os passos da Argentina de Kirchner. Inúmeros produtos, principalmente alimentos, terão seus preços congelados por ao menos 75 dias. O objetivo, pelo visto, é evitar que a inflação chegue aos dois dígitos este ano, uma barreira simbólica. Há campanha eleitoral em curso, e isso seria negativo para a coalizão de esquerda. Para resolver a febre, o governo quebra o termômetro. Elementar, meu caro Watson!

É este o governo que merece elogios até de liberais? Um governo que ignora uma lição de nada menos do que 40 séculos? Sim, o leitor leu certo: quarenta séculos! Ou 4 mil anos, se preferir. Já comentei aqui sobre o livro que traça a história milenar do congelamento de preços, sempre com o mesmo resultado: fracasso total.

Infelizmente, boa parte da América Latina, presa no passado, insiste nessa receita absurda. Parte da premissa de que alta de preços é fruto da ganância de empresários, da especulação de investidores, ou de eventos exógenos climáticos. Tudo, menos uma política monetária e fiscal expansionista.

Congelar preços jamais serve para debelar um processo inflacionário. Isso nunca funcionou. E não será diferente desta vez. Mujica adota uma política populista, de olho apenas nas eleições. Apela para malabarismos na esperança de esconder do público o problema.

Venezuela, Argentina e também o Brasil do PT foram pelo mesmo caminho. Repito: é este Mujica que merece aplausos dos liberais? A esquerda vibrar com Mujica, embalada pelo entorpecimento da erva, a gente até entende. Mas liberais?

Rodrigo Constantino

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