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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Imperialismo ianque do bem

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Já conhecemos o "ódio do bem", que é quando um esquerdista destila puro ódio contra um direitista, tendo salvo-conduto para tal sentimento pois, afinal, direitista nem gente é, pela ótica esquerdista. Agora descobrimos que existe também o imperialismo ianque do bem.

A esquerda passou décadas demonizando o "império estadunidense", acusando os Estados Unidos de se intrometer em assuntos latino-americanos para atingir seus próprios interesses. Durante a Guerra Fria, a turma bancada pelo ouro de Moscou só aceitava uma intromissão imperialista: a soviética. "Go Home Tio Sam" era o recado para os malditos ianques capitalistas!

Mas agora isso tudo mudou. A esquerda brasileira descobriu o imperialismo ianque do bem e morre de amores pela participação criminosa de militares americanos em nossas eleições. O Financial Times publicou uma reportagem bombástica, ouvindo várias fontes, sobre como o governo Biden agiu para influenciar nossa eleição. A velha imprensa brasileira deu um jeito de distorcer os fatos e tratar isso como heroísmo democrata!

Eis como o Valor, da Globo, deu a manchete: "A discreta campanha dos EUA para defender a eleição no Brasil". Diz o subtítulo: "Em meio a especulações generalizadas sobre uma tentativa de golpe, o governo Biden pressionou políticos e generais a respeitarem o resultado". Sim, eram apenas "especulações", produzidas pela própria imprensa em boa parte. E para evitar um "golpe", que tal dar... um golpe? Que tal ameaçar outra nação soberana?

Praticamente toda a nossa mídia, que demonizava Bolsonaro e passou pano para quem realmente é Lula, um bajulador de tiranos comunistas, tudo que o governo Biden fez foi exigir transparência e aceitação do resultado "legítimo". Mas não é isso que diz a matéria do FT britânico. Lá fica claro que uma visão ideológica, enviesada, foi imposta ao Brasil, com tom de ameaça. Não seria permitido questionar o processo eleitoral, sua lisura, nem mesmo a partidarização do TSE durante a campanha, que foi evidente.

Em outros tempos, isso seria certamente condenado pela esquerda, chamado de intervenção imperialista. Descobrimos que os nossos socialistas, agora, adoram a CIA! Houve um engajamento de várias entidades americanas de maneira "bem atípica", diz Michael McKinley, ex-embaixador no Brasil. Mas se é para atingir os objetivos da nossa esquerda, então vale até declarar amor às tramoias secretas da CIA e do governo federal americano, pelo visto.

E o pior: a intervenção foi para ajudar a colocar Lula de volta ao poder, para "salvar a democracia". A esquerda americana comprou a valor de face as narrativas globais! Poucos meses depois, o governo do senil presidente democrata descobriu que Lula, no fundo, gosta mesmo da China e da Rússia, não dos Estados Unidos!

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