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Impor narrativas: o papel “ungido” da mídia
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Relendo Intellectuals and Society, de Thomas Sowell, para finalizar meu curso sobre 20 grandes pensadores da liberdade, vejo no capítulo sobre a mídia tudo aquilo que já sabia e que denuncio faz tempo, mas com aquela genialidade e objetividade peculiares do autor, um dos maiores da atualidade.

Sowell chama a atenção para o constante "filtro da realidade" por parte dos jornalistas, e nem é preciso acreditar em mentira deliberada para verificar o resultado. Esses jornalistas, como "intelectuais", gostam de se enxergar como "ungidos" que vão "mudar o mundo", e nessa nobre missão vale tudo.

Fatos incômodos acabam suspensos da reportagem, as pautas são seletivas, as palavras são cuidadosamente escolhidas para colaborar com a narrativa ideológica. Sowell expõe inúmeros exemplos no capítulo, para ilustrar aquilo que todos fora da bolha "progressista" notam. A lealdade desses editores, repórteres, jornalistas e produtores não é com o público, mas com sua visão de mundo.

Dando uma navegada nas notícias de hoje para preparar a minha "live" já foi o suficiente para acumular diversos exemplos desse viés e da superioridade da narrativa sobre os fatos. Comecemos pelo caso mais patético: ninguém está preocupado com Stalin, tampouco o sanguinário ditador comunista está "na moda", mas a julgar pela Folha, esse é o grande debate do momento, como se houvesse realmente dúvidas acerta de quem foi o sujeito:

Fatos? Sei. O deputado Paulo Eduardo Martins resumiu bem a coisa: "O esforço para fazer o genocida Stálin "voltar à moda" é impressionante. E dizem que quem ameaça a democracia são os conservadores. Não ficam nem vermelhos de vergonha. Ficam amarelos de cinismo". Ótima lembrança da campanha do jornal com o amarelo "em defesa da democracia". Que piada!

Aí vemos, no mesmo jornal, essa chamada do colunista, talvez no desespero da falta de uma boa pauta para atacar o governo, ignorando a lentidão do Congresso e as oscilações normais do mercado:

É para rir ou chorar? Por falar em Guedes, a turma dos "antas" fez ainda pior, e Diogo Mainardi, que nunca administrou uma quitanda, achou adequado chamar o ex-sócio-fundador do Banco Pactual e ex-dono do Ibmec de "incompetente":

O grande problema da imprensa é que a meritocracia e o grau de acertos nunca importaram! Por isso nossos jornalistas desprezam pessoas com excelente histórico, e enaltecem aqueles que fazem discursos furados, mas de acordo com o interesse das narrativas. Esses jamais são cobrados por suas previsões passadas. O fracasso é premiado! Eis um claro exemplo:

A mídia tenta também fabricar ícones. Um caso claro e recente é o de Felipe Neto, um youtuber que fez fama e fortuna ao imitar focas com o cabelo colorido, mirando num público infantil. O NYT publicou um vídeo seu atacando Bolsonaro, o Roda Viva o recebeu para uma entrevista, um ministro ativista do STF fez uma "live" com ele, o Fantástico realizou uma reportagem longa sobre o rapaz, e agora a revista "Time" o colocou como uma das cem pessoas mais influentes do mundo:

Não estou vendo bolsonaristas celebrando o fato de que Bolsonaro entrou para a lista dos 100 mais influentes do mundo pela revista "Time", mas vejo o deslumbre da esquerda pelo fato de que o youtuber imitador de focas também entrou. Pois é: um lado sabe que isso não vale nada... ainda mais quando o outro premiado é esse youtuber!

Enquanto isso, o Estadão reportou que uma pesquisa da USP com o maior sequenciamento genético já feito no país encontrou dois milhões de variantes, o que surpreendeu os cientistas.

O deputado Paulo Eduardo Martins, uma vez mais, foi direto ao ponto: "USP conclui maior sequenciamento genético de brasileiros e encontra 2 milhões de variantes. Para pesquisadores, o fato surpreende e mostra a alta miscigenação do País. Racistas choram".

Não sei como os pesquisadores ficaram surpresos. Somos o maior "melting pot" do planeta. Brasil é um país miscigenado, pardo. Por isso mesmo os racistas dos dois lados têm tanta dificuldade de impor uma segregação artificial entre brancos e pretos. Ainda bem! Mas para boa parte da mídia, uma vez mais, o que vale é a narrativa, e dar muito destaque a isso pode afetar a imagem de "racismo sistêmico" em que já acreditam e tanto desesperadamente provar, em vão.

Voltando a Bolsonaro, seu discurso na ONU produziu enorme histeria na mídia. Como ousa o presidente falar que o Brasil não é o patinho feio do meio ambiente? Como pode falar em cristofobia? E onde já se viu não se curvar diante da patota globalista?! Eis a típica reação na mídia:

Alguns militantes foram mais longe e distorceram o que o presidente disse, no afã de encontrar alguma mentira:

Primeiro, alguns militantes falaram que Bolsonaro afirmou que o governo pagou parcelas de mil dólares, não a soma, como ele de fato disse. Depois, pegos na mentira, fizeram cálculos para mostrar que o número era inflado. É desespero por falta de assunto ou motivo real para ataques? O governo apresentou os cálculos:

Outro exemplo claro de distorção é sobre os incêndios no Pantanal e a mudança de narrativa sobre o incêndio na Califórnia:

Narrativa "progressista": na California, governada há décadas pelos democratas, a culpa do enorme incêndio é do "aquecimento global", não de erros de gestão; no Brasil, o Pantanal queima por culpa do governo Bolsonaro, não do "aquecimento global". Sei...

Vimos vários casos de manipulação, e tudo isso nas últimas 24 horas! Agora vamos ver dois casos de ausência, ou seja, pautas que são ignoradas pela imensa maioria da imprensa por não se encaixarem bem na narrativa. A primeira é a tragédia em curso na vizinha Argentina, governada pela esquerda. A revista Oeste destacou a realidade:

Em meio ao isolamento social mais prolongado do mundo, o PIB caiu 19,1% no 2º trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. E o país já perdeu também um terço de suas reservas internacionais:

Como resultado da gestão esquerdista, o peso argentino caminha a passos largos para o destino do bolívar venezuelano, ou seja, o pó:

O socialismo nunca deu certo e nunca dará, mas nossos jornalistas preferem o silêncio diante da realidade. Acham melhor focar na fala de Bolsonaro sobre mil dólares, forçando para encontrar problemas imaginários, a mostrar os reais e enormes problemas do esquerdismo na Argentina. Por que será?

Por fim, a mídia ajudou e muito a disseminar histeria e pânico com a pandemia, e poucos têm se dedicado a analisar os números com maior frieza. O GaveKal Research fez isso, e o que encontrou não vai ao encontro da narrativa dos "coronalovers":

Diz o relatório: "A Covid causou inegavelmente mortes excessivas. Mas o pico de março a abril foi da mesma ordem de magnitude dos 'invernos ruins' recentes. Em outras palavras, parece provável que na era anterior à mídia social, 2020 teria sido considerado um 'inverno rigoroso'".

Será que vamos olhar na frente para essa época com vergonha da reação exagerada, que custou trilhões e causou milhões de desempregados? E tudo em nome da "ciência", com respaldo dos nossos jornalistas. Até onde eles buscavam a verdade, e onde começava a narrativa?

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