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Mercosul num contexto de intensificação do regionalismo
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Por Alex Pipkin, publicado pelo Instituto Liberal

O país fecha o ano com perspectivas animadoras para 2020.

Passivo e rastro de destruição vermelha continuam a aterrorizar. Contudo, agora o Brasil começa a apresentar sinais de recuperação, mesmo que ainda muito tímidos.

A atividade econômica deve crescer para além de 2,3% no próximo ano, com inflação baixa e taxa de juros devendo permanecer baixa.

Indício positivo traduz-se na sinalização de redução do risco-país por parte de importantes instituições internacionais. O presente crescimento tem sido sustentado pelo consumo graças à expansão do crédito, mas devedores precisarão honrá-los, e o nível de emprego tem crescido apenas modestamente.

O motor do desenvolvimento nacional, sem dúvida, é o setor privado; investimentos seguramente aumentarão, especialmente naqueles setores vinculados à infraestrutura. Decerto que o crescimento dependerá dos congressistas e, ainda que o comportamento tenha sido positivo na reforma da previdência – já estava alinhavada -, a reforma tributária e, certamente, a do Estado serão bem mais espinhosas.

O cenário externo continua nebuloso e incerto, embalado por clima imprevisível quanto à guerra comercial entre China e EUA.

A proteção dos mercados nacionais através de barreiras tarifárias – e não-tarifárias – acentua ainda mais a tendência de “desglobalização”, provocando um imediato repensar nas estratégias empresariais, em especial dos grandes grupos transnacionais.

Não é possível deixar a agenda externa em “banho-maria”. Desenvolvimento sustentável depende umbilicalmente da abertura econômica. Até agora ocorreu incremento das compras externas. Exportações competitivas, evidentemente, resultam da aprovação de reformas estruturantes.

Parece-me que a intensificação do comércio por meio das cadeias regionais de valor (atividades produtivas e comerciais entre países vizinhos) veio para fincar raízes. É justamente aqui que reside a grande incógnita referente ao Mercosul.

O presidente que havia pecado, verbalizando forte em relação ao governo rubro argentino, às pressas enviou o vice Mourão para participar da posse de Fernández, na Argentina. Ele desabafou, felizmente, sobre a relevância estratégica do bloco, essencial para ambos.

O futuro é incerto! Lá Macri, o procrastinador, foi liberal só no papel. Fernández tende a políticas populistas e protecionistas e, pior, “renegociar” a dívida externa argentina, trazendo maior retração de crédito e aprofundamento da aguda crise hermana.

Caso isso se concretize, não haverá contexto mais inapropriado para Argentina e Brasil, num ambiente de franca escalada de regionalização global.

Oremos pelos irmãos e, claro, pelos impactos por aqui. Aparenta-me decisivo que o Brasil em sua grande maioria não quer mais saber da retórica empoeirada da “luta de classes”, ideológica e partidária. Quer mesmo desenvolvimento econômico e social de fato, ou seja, alimento, emprego, habitação, saúde, entre outras coisas essenciais!

Nesse sentido, a pior batalha dá-se entre o Estado e o povo. Esperemos que para o bem de todos o bom senso político, pelo viés comercial, chegue a bom termo para ambos, Brasil e Argentina.

Mercosul, em tempos de regionalismo, é fundamental. Por aqui, o próximo ano brasileiro vai requerer efetivas reformas competitivas, a fim de que empresas possam competir e inovar em mercados além-fronteiras, definitivamente!

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