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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Morreram em 2018 3.507 pessoas por dia no Brasil: um “mortômetro” e ninguém mais saía de casa!

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Existe o impostômetro, para calcular quanto pagamos de impostos a cada hora ao estado. Imagine se, em seu lugar, tivesse um "mortômetro", expondo a quantidade de óbitos em nosso país por minuto. Seria um tanto... mórbido, não é mesmo?

O número de mortes ocorridas e registradas no Brasil, nos últimos dez anos, aumentou 21,2%, passando de 1.055.672, em 2008, para 1.279.948, em 2018. A população também aumentou e explica uma parte, mas há o envelhecimento do povo também. Morrem mais idosos e menos crianças, o que é claramente um avanço:

Em 1978, as mortes de crianças menores de 5 anos de idade representavam 32,6% do total de óbitos registrados. Já o percentual de mortes de pessoas com 65 anos ou mais de idade representava 30% do total.

Com o envelhecimento da população, no ano passado 59,8% das mortes foram de pessoas com 65 anos ou mais. Já a proporção de mortes de menores de 5 anos de idade foi de 2,8% do total em 2018, uma queda de cerca de 30 pontos percentuais nos últimos 40 anos.

Ou seja, menos mortalidade infantil, e mais mortes "naturais" de idosos, sendo doenças do coração e respiratórias as principais causas. Em geral, dá uma média de 3.507 mortes POR DIA.

Eu só divulguei a estatística nas redes sociais e já veio gente me xingar. Os nervos estão à flor da pele, entendo. O intuito, porém, é claro: evitar histeria excessiva, que pode ser tão ruim quanto qualquer doença.

Retorno ao ponto inicial: imagine se a mídia reportasse a cada minuto a quantidade de óbitos por qualquer outra doença além do coronavírus: ficaríamos paranóicos, sem sair de casa. O covid-19 é grave sim, bastante, e está longe de ser uma "gripezinha". Mas temos que ter cuidado para não cair em desespero.

E é preciso ter maturidade para evitarmos a demagogia barata também, como se ninguém mais pudesse morrer na vida, sendo que para morrer, basta estar vivo. O discurso de que "toda vida" deve ser salva não importa o custo econômico é sensacionalismo furado, pois o recurso escasso que você usa para comprar um objeto de luxo poderia ser redirecionado para alimentar um miserável africano.

É óbvio que a pandemia traz questões específicas que justificam o drama. O medo do contágio, onde isso vai parar numa progressão geométrica, tudo isso é perfeitamente compreensível, assim como o receio com a implosão do sistema de saúde. Só que isso é diferente de passar a fazer contagem por minuto de cadáver. Isso é um tanto mórbido, por mais que sirva para avaliar o avanço da praga.

Meu ponto é que se o mesmo for feito para quase qualquer outra causa de morte, ficaríamos igualmente apavorados. Imaginem o JN reportando a cada noite quantas pessoas morreram de gripe comum, de ataque cardíaco ou de acidente de carro. Ninguém mais saía de casa! Nunca mais!

Alguns ficam com a sensação de que só se morre por coronavírus no Brasil hoje, o que é ridículo. A vida, especialmente dos mais pobres, é bem arriscada num país que tem cerca de 60 mil assassinatos por ano concentrados nas favelas e periferias, falta constante de leitos nos hospitais públicos, metade da população sem saneamento básico etc.

Por mais que tenhamos enorme preocupação com a disseminação da epidemia, que colocou o mundo de joelhos, tem gente mais humilde se questionando qual o motivo da "histeria". Teria ligação com o fato de o vírus chinês ser "igualitário" e não poupar as classes altas? Porque se for para lembrar aos brasileiros da fragilidade da vida humana, dos riscos de simplesmente sair de casa todo dia, tenho certeza de que a maioria não precisa da pandemia para isso!

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