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Vi alguns comentários nas redes sociais de gente comemorando a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro "porque ele merece", já que "matou gente na pandemia". Deixando de lado a questão do mérito da acusação, e ignorando que o vírus chinês matou, na mesma proporção, argentinos sob o governo lulista deles, cabe perguntar: o que uma coisa tem a ver com a outra?
Vamos admitir que o sujeito tem suas razões para odiar Bolsonaro: desejar que ele pague por isso mesmo sem qualquer legalidade é um perigo enorme, que não pode passar despercebido. Querer destruir o arcabouço legal do país para "pegar" o ex-presidente abre precedentes terríveis, e causa espanto que alguns se neguem a perceber isso. Deixam o ódio turvar a razão. É como escreveu o editorial da Gazeta do Povo hoje:
Ninguém é obrigado a gostar de Jair Bolsonaro ou das ideias que ele professa. Mas mesmo quem não tem a menor simpatia pelo ex-presidente, e até mesmo quem está convicto de que ele de fato liderou uma tentativa de golpe de Estado, há de admitir que não é possível abrir mão de garantias democráticas básicas na persecução penal, independentemente de quem seja e do que tenha feito o investigado ou réu. Mas, alegando “proteger a democracia”, Alexandre de Moraes tem transgredido todos os limites que caracterizam a ordem democrática, com medidas inconstitucionais e abusivas. E tão grave quanto essa descida autoritária do ministro é o silêncio de quem deveria estar denunciando o abuso, mas se cala apenas porque o alvo se chama Jair Bolsonaro.
Felizmente, parece que cada vez mais gente se dá conta do perigo dos abusos alexandrinos. Até mesmo a globalista Transparência Internacional concluiu que a prisão domiciliar "tem fundamentos frágeis" e "parece tentativa de silenciamento". Ronaldo Caiado, que não costumava criticar diretamente o STF, disse que Moraes atua por vingança e "perdeu sua condição de juiz da Corte". São ventos de mudança?
Mesmo quem fechava os olhos para os vários abusos de Moraes - porque seu alvo principal é o bolsonarismo - começa a se dar conta de que ajudou a alimentar um monstrengo descontrolado. O que veio à tona na Vaza Toga 2, com juiz auxiliar comemorando prisões e assessora pedindo para verificar redes sociais antes de soltar presos, é assustador. Tão assustador é o silêncio de parte da imprensa, que ignorou o escândalo. Moraes montou uma polícia política e isso é coisa de regime comunista totalitário.
Portanto, lutar pelo impeachment do ministro é algo que vai para muito além de Bolsonaro e o que você pensa dele. Alguns lembram que será Lula a escolher um substituto no caso da queda de Moraes, mas paciência! Não se pode pensar nisso nesse momento. O fato é que sua permanência no STF ficou insustentável, uma mancha enorme para a instituição e um perigo claro para nossa democracia já um tanto capenga, senão fatalmente atingida.
Quem quer punir Bolsonaro "custe o que custar" deveria acordar e se dar conta de que o custo está sendo alto demais: a própria democracia, que diziam que o bolsonarismo é que pretendia destruir.
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