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Policial dentro da casa de Jair Bolsonaro para monitorar o ex-presidente? Sim, chegamos nesse patamar de loucura no Brasil, enquanto a velha imprensa faz de tudo para normalizar o absurdo. Alexandre de Moraes, cada vez mais paranoico, deseja humilhar Bolsonaro até o limite.
André Marsiglia comentou: "O argumento de que seriam necessários policiais na casa de Bolsonaro porque a tornozeleira pode falhar é constrangedor. Tornar a vida de alguém indigna porque o Estado pode falhar é raciocínio típico de ditaduras: o interesse do Estado acima de tudo e de todos. E, quando se denuncia esse tipo de coisa, o Estado ainda atribui ao denunciante o título de traidor da pátria. E recebe o aplauso de boa parte da sociedade. Esse é o Brasil".
Marsiglia já tinha comentado sobre isso antes: "O pedido da Polícia Federal para que agentes vigiem Bolsonaro dentro de sua casa é ilegal e desumano e todos sabem disso. Mas essa é a estratégia do direito penal do inimigo: desumanizar e reduzir o outro a um mero objeto, afinal, em objeto não se vota. É aí que querem chegar".
Leandro Ruschel analisou o caso: "Não se enganem... O que estão fazendo hoje com Bolsonaro, gostariam de fazer com todos os opositores do regime. O objetivo é eliminar qualquer oposição e consolidar o poder totalitário".
No livro "A humilhação", Philip Roth conta o caso de um ator que perde a autoconfiança e a capacidade de atuar, entrando numa espiral de decadência que vai culminar em seu suicídio. O drama de Axler, o personagem principal, não foi imposto de fora. Mas é o desejo de Moraes em relação a Bolsonaro: que o político perca tudo, inclusive sua capacidade de fazer política.
Diz o livro:
O que continuava a assustá-lo, à medida que se aproximava o dia da alta, era que nada do que estava acontecendo com ele parecia ter a ver com coisa alguma. [...] "Nada do que acontece tem motivo", disse ele ao médico mais tarde naquele mesmo dia. "A gente perde, a gente ganha - é tudo acaso. A onipotência do acaso. A probabilidade de um revés. Isso, o imprevisível revés e seu poder".
As reflexões do personagem falam das contingências do destino, das mazelas que se abatem sobre nós do "nada". No caso de Bolsonaro, o destino tem nome e sobrenome: um ministro obcecado, dominado por uma patologia, fazendo de tudo para destruí-lo. Alexandre de Moraes não quer ver Bolsonaro "apenas" preso, mas sim completamente humilhado. É pessoal. É insano. E ninguém parece capaz de frear sua loucura, nem mesmo a Magnitsky...





